Caso vença as eleições presidenciais dos Estados Unidos, Michael Bloomberg venderá sua empresa de dados do mercado financeiro criada há 40 anos, a Bloomberg LP.
Galia Slayen, a porta-voz da campanha de Bloomberg, pré-candidato do Partido Democrata, anunciou, na última terça-feira (18), que a venda o diferenciará “em 180º” do atual presidente norte-americano Donald Trump, pois não haverão conflitos de interesse ligados ao mercado financeiro.
O futuro da empresa já estava em discussão desde que Bloomberg anunciou sua candidatura à presidência em novembro de 2019.
Inicialmente, informações indicavam que Bloomberg pretendia colocar a empresa em um veículo fiduciário ou similar, na hipótese de uma vitória na eleição. No entanto, posteriormente, o empresário passou a cogitar a venda.
Especialistas estimam que a companhia pode ser vendida por até US$ 60 bilhões (R$ 262,3 bilhões na cotação atual).
Pré-candidatura de Bloomberg
O bilionário de 78 anos guia sua campanha no confrontamento ao atual presidente estadunidense. Bloomberg levanta sob questionamento a ética de Trump, que, segundo ele, nunca deixou de lado completamente seus interesses comerciais, apenas repassando-os para seus familiares.
Os democratas acusam Trump de aceitar pagamentos de governo estrangeiros por meio de seus hotéis e resorts, portanto, dessa forma, estaria violando a cláusula de emolumentos da Constituição norte-americana.
A Casa Branca, por sua vez, responde dizendo que as as atividades nos hotéis de Trump não violam a lei. Um tribunal de apelações recentemente rejeitou uma ação dos democratas da Câmara, sob o argumento de que não existiam provas o suficiente para seguir com o caso.
Bloomberg vem apresentando um expressivo crescimento nas pesquisas eleitorais, o que lhe proporcionou um lugar no debate entre os cadidatos à presidência da próxima quinta-feira (20), às 23h (horário de Brasília), em Nevada.
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Para isso, entre outras regras, o pré-candidato precisaria de 10% das intenções de voto em quatro pesquisas. Nas apurações mais recentes, Bloomberg já ultrapassou o ex-vice-presidente Joe Biden e está atrás apenas do social-democrata e favorito Bernie Sanders.
A guinada de Bloomberg nas pesquisas, segundo especialistas, é resultado direto do massivo investimento em comerciais de rádio, televisão e anúncios virtuais realizados por sua campanha autofinanciada. Até o momento, o empresário já utilizou US$ 300 milhões de seu próprio dinheiro na corrida eleitoral.
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