A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, declarou que a inflação na zona do euro está “bem distante” de sua meta, entretanto segue abaixo de 2%. Durante a sessão no Parlamento Europeu nesta segunda-feira (28), a mandatária também garantiu que a autoridade monetária não está “complacente” com essa situação, “estamos sempre prontos para entregar nosso mandato”, assegurou.
A presidente do BCE avaliou que as medidas de crédito implementadas pela instituição foram bem-sucedidas no objetivo de relaxar as condições financeiras e estabilizar os mercados. O Programa de Compras de Emergência de Pandemia (PEPP) não teve efeitos negativos significativos, “O PEPP é extremamente eficiente e útil”, informou.
Lagarde afirmou ainda que não está preocupada com divergências de opiniões entre membros do Banco Central Europeu. Segundo a mandatária, é importante que haja discordâncias para que possa haver um consenso.
De acordo com a presidente, não é papel da instituição estabelecer uma meta para a taxa de câmbio, entretanto os movimentos no euro têm impactos na inflação. “A pandemia provocou oscilações nos mercados globais, inclusive no câmbio”, explicou.
Lagarde revelou ainda que o BCE pretende concluir a revisão estratégica da política monetária em setembro de 2021, declarando que manter o juros baixos por muito tempo têm impacto significativo na economia, entretanto, até o momento, a experiência com taxas negativas tem sido positiva, concluiu.
Zona do euro: BCE aumenta projeção de inflação para 2021
O Banco Central Europeu divulgou no dia 10 de setembro deste ano novas projeções para a economia da zona do euro. A autoridade monetária revisou para cima a expectativa de inflação no ano que vem. Apesar disso, o BCE manteve as projeções para 2020 e 2022 no mesmo nível das prévias anteriores.
Segundo informações do relatório do BCE, a inflação (medida pelo HICP, índice de inflação que o BCE utiliza no cálculo) ficará em 0,3% neste ano e subirá para 1,0% em 2021 e para 1,3% em 2022.
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A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que este dado estável de 2022 esconde um aumento da expectativa para o núcleo dos preços (que não consideram alimentos e energia), compensando uma diminuição da expectativa para os preços de energia.
As projeções para os preços de energia também foram elevadas para o ano que vem, mas diminuíram para 2022. O BCE estima que haverá um achatamento dos preços no longo prazo. O relatório da autoridade monetária da zona do euro informa que os dados de alta frequência mostram que há uma recuperação da economia, porém para voltar aos níveis pré-crise, em decorrência da pandemia de coronavírus (Covid-19), ainda irá demorar anos.
Com informações do Estadão Conteúdo
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