A Meta, holding dona do Facebook (FBOK34), está ameaçando deixar o continente europeu.
Há possibilidade de que as redes sociais criadas pela companhia, como o Facebook e Instagram, parem de funcionar no território.
Setores da indústria acreditam que a movimentação é vista como um blefe, apesar do relatório enviado pela empresa à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador e fiscalizador dos Estados Unidos, correspondente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A perspectiva de que a empresa possa bater em retirada do continente ocorre por causa de uma recente lei que impede e até restringe que dados gerados na União Europeia sejam armazenados, processados e compartilhados por meio de servidores estrangeiros. Ou seja, a Meta não teria como acumular os dados dos usuários, pois seus servidores estão nos Estados Unidos.
Todo o processo de armazenamento de dados precisa de acordos internacionais firmados entre nações. O acordo mais recente com os Estados Unidos e a União Europeia não foi aprovado pela Justiça do bloco econômico. De acordo com os juízes do caso, o país não protege a privacidade dos europeus apropriadamente, uma vez que as agências do governo norte-americano conseguem solicitar dados dos cidadãos sem o conhecimento deles.
A companhia acredita ser essencial a utilização de dados cruzados entre regiões e serviços, para facilitar a personalização de anúncios de marketing e outros negócios paralelos.
A nova legislação da União Europeia prejudicaria tanto a parte técnica quanto financeira da empresa, o que a levou Meta a considerar a saída das redes sociais no bloco europeu.
“Se não estivermos aptos a transferir dados entre continentes ou regiões em que operamos, ou se houver restrição em compartilhar dados entre nossos produtos e serviços, isso pode afetar a habilidade de garantir nossos serviços (…) Nós possivelmente podemos ser impedidos de oferecer uma quantidade de nossos serviços e produtos mais significativos na Europa, incluindo Facebook e Instagram”, diz o documento.
Meta perde R$ 1 trilhão de valor de mercado na maior queda da história
A Meta, holding detentora do Facebook (FBOK34), registrou a maior queda diária desde que se tornou uma companhia listada em bolsa. Após divulgar dados piores do que o esperado em seu balanço, a companhia despencou cerca de 26% ontem, durante o pregão da Nasdaq.
Com isso, a Meta perdeu US$ 237 milhões em valor de mercado, ou seja, em um dia a dona do Facebook teve uma desvalorização do seu valuation maior do que a Vale (VALE3), a Petrobras (PETR4) e o Itaú (ITUB4), as três maiores companhias brasileiras abertas, juntas.
Considerando o câmbio, a desvalorização da Meta, que é também dona do Instagram e WhatsApp, ficou em cerca de R$ 1 trilhão.
Além disso, o que foi perdido pela big tech é uma fatia tão valiosa quanto toda a Disney, segundo a consultoria especializada Economatica.
Segundo o CEO da empresa, Mark Zuckerberg , a rede social perdeu cerca de 500 mil usuários ativos diários ao redor do mundo no último trimestre de 2021, mantendo uma média de 1,9 bilhão de usuários diários.
“As pessoas têm muitas escolhas sobre como querem gastar seu tempo e apps como o TikTok estão crescendo muito rapidamente. E é por isso que o nosso foco nos Reels [vídeos curtos no Instagram] é tão importante no longo prazo“, disse o CEO da Meta , durante o anúncio dos resultados.
Cotação do Facebook
O ativo do Facebook opera em queda de 5,27% nesta segunda-feira (7), listado na Nasdaq, cotado a US$ 42,63.
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