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Mesmo com IPCA “zerado”, Selic deve aumentar, diz AZ Quest

Mesmo com IPCA “zerado”, Selic deve aumentar, diz AZ Quest. Foto: iStock

Mesmo com IPCA “zerado”, Selic deve aumentar, diz AZ Quest. Foto: iStock

O economista-chefe da AZ Quest, Alexandre Manoel, juntamente com o time de economia da casa, afirmou em artigo publicado pela FGV que, mesmo com IPCA de agosto em -0,02%, a curva de juros doméstica aponta uma chance de 87% de alta na Selic. Em outras palavras, nem a deflação do mês conseguirá segurar a alta dos juros, atualmente em 10,50% ao ano. 

O economista argumenta que o governo Lula, que inicialmente implementou um regime fiscal de controle de despesas, falhou em garantir a continuidade desse ajuste, com sinais de expansão fiscal que prejudicam a confiança do mercado.

A AZ Quest argumenta que a política fiscal expansionista não é sustentável, especialmente em um ambiente onde a demanda agregada já supera a oferta. 

Assim, o controle da inflação exigirá o aumento dos juros, visto que a falta de credibilidade nas políticas fiscais vigentes torna inevitável a elevação da taxa Selic, apesar das condições externas favoráveis. 

Os economistas comentam que houve um crescimento real de 10,5% das despesas públicas no acumulado de 12 meses até junho de 2024, em comparação aos 12 meses anteriores. Por isso, “somente com a implementação de medidas concretas para conter a forte expansão das despesas e com a divulgação de dados que comprovem essa contenção haverá uma recuperação da credibilidade fiscal”, destacam.

Enquanto não houver essa mudança, a AZ Quest afirma que os juros deverão aumentar. O mercado espera que a taxa feche o ano em 11,25%.

Com mais de 24 bilhões sob gestão, a AZ Quest possui um portfólio vasto com fundos de investimentos de diversos segmentos, como de renda variável, multimercados e crédito privado. A casa também possui fundos listados em bolsa, como FIIs, FIP-IE e Fiagros. 

Com primeira deflação do ano, IPCA chega a -0,02%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma leve queda de 0,02% em agosto, marcando a primeira deflação do ano. 

Isso contrasta com o aumento de 0,38% observado em julho e representa a primeira queda desde junho de 2023.

O resultado foi impulsionado principalmente pelos grupos alimentação e bebidas, que teve uma redução de 0,44%, e habitação, que apresentou uma queda de 0,51%. A inflação acumulada em 12 meses agora é de 4,24%.

Um dos principais fatores que contribuíram para essa deflação foi a redução nos preços da energia elétrica, que caiu 2,77% devido à mudança da bandeira tarifária, passando de amarela para verde. 

Os especialistas do Boletim Focus acreditam que a inflação deve terminar o ano de 2024 em 4,30%, acima da meta do Banco Central, que é de 3%, com tolerância de até 4,5%. Para 2025, a expectativa é de um IPCA de 3,81%. 

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