Dar mesada para os filhos é um tema que divide opiniões e gera longos debates entre os pais. Para alguns, a mesada é uma maneira de ensinar responsabilidade e gestão financeira desde cedo. Outros, no entanto, temem que ela possa parecer uma forma de ganhar “dinheiro fácil” ou até estimular o consumismo.
Como em qualquer outro tópico relacionado à educação, é fundamental que os pais desenhem estratégias e entendam os motivos pelos quais a mesada está sendo paga, em vez de simplesmente dá-la aos filhos. Mais do que isso, é fundamental que as crianças e adolescentes também saibam disso.
Dar mesada para os filhos é bom ou ruim?
De acordo com Victor Minati, planejador financeiro da Suno Consultoria, a mesada pode ser uma ferramenta poderosa de educação financeira, desde que utilizada com objetivos claros.
“Não há uma idade exata ou uma fórmula mágica, mas algumas estratégias podem ajudar, como por exemplo: ensinar conceitos básicos, jogos educativos, livros, aplicativos financeiros e lições práticas inseridas no dia a dia para ganhar, gastar e investir o dinheiro”, explica ele.
Para o especialista, é fundamental que os pais mantenham uma comunicação aberta com os filhos sobre finanças desde cedo e que também sirvam como exemplos positivos. “As crianças aprendem observando e tendem a seguir os passos dos pais com base também em seus exemplos. Aprendizado se faz com conhecimentos, habilidades e atitudes”, completa.
Como e quanto dar de mesada?
Não há uma receita de bolo ou fórmula mágica para determinar quanto e como dar mesada aos filhos. No entanto, segundo Minati, é importante que essa decisão esteja alinhada com a fase de desenvolvimento da criança.
“A periodicidade pode ser semanal, mais apropriada para crianças mais novas, ou mensal, mais apropriada para adolescentes a fim de desenvolver habilidades de longo prazo e em linha com a periodicidade do mercado de trabalho brasileiro […] Os valores podem ir aumentando gradativamente, também respeitando idade e maturidade de cada criança”, explica o especialista.
Para crianças de até seis anos, Minati recomenda que a mesada tenha um foco mais lúdico e educativo. A partir dos sete anos de idade, em linha com o aprendizado da matemática, o montante e a periodicidade podem ser mais estruturados, visto que a criança já começa a desenvolver uma percepção maior de valores.
Para aqueles que estão na faixa entre 11 e 14 anos, o consultor financeiro já considera como o período ideal para incluí-los em tarefas de organização financeira familiar, como a gestão de pequenas despesas. “Nesta fase, o filho já começa a ter percepção das suas responsabilidades e conflitos típicos da adolescência”, diz ele.
Por fim, a partir dos 15 anos, Minati destaca que os adolescentes já podem participar de discussões mais complexas sobre administração financeira, como o uso de bancos, a estruturação de uma poupança e o planejamento de investimentos de longo prazo.
Muito além da mesada, o especialista ressalta que é importante incluir os filhos nas discussões sobre o planejamento financeiro familiar. “É muito importante incluir o filho na discussão do planejamento financeiro o quanto antes, a depender da maturidade, envolvendo a criança desde a explicação de conceitos básicos até a participação não somente através da mesada e poupança, mas também nas decisões financeiras familiares cotidianas”, destaca ele.
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