Merkel tem dúvidas sobre acordo entre UE e Mercosul, diz porta-voz
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, tem dúvidas sobre o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul devido ao aumento do desmatamento na Amazônia, disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert, nesta sexta-feira (21).
“Nesse sentido, surgem sérias dúvidas sobre se, no momento, uma implementação do acordo pode ser garantida dentro do espírito pretendido. Vemos isso com ceticismo. Existem dúvidas consideráveis de que o acordo possa ser implementado como o pretendido, em vista dos acontecimentos atuais, das terríveis perdas florestais registradas”, disse Seibert sobre o acordo entre UE e Mercosul.
O porta-voz não falou sobre as notícias de que Merkel, após o encontro com a ativista Greta Thunberg, não assinaria o tratado entre os dois blocos. Na última quinta-feira (20), o jornal alemão Süddeutsche Zeitung noticiou que a chanceler afirmou que o acordo levaria à destruição da Amazônia.
O trato entre a UE e o Mercosul que foi assinado em julho do ano passado, tem enfrentado resistência na Europa, principalmente por causa da política ambiental do governo brasileiro. Os parlamentos da Áustria, Holanda e Bélgica anunciaram que não darão aval para o acordo
Acordo entre UE e Mercosul será aprovado após 2020, diz comissária
A comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmström, declarou na última terça-feira (1) que o bloco não assinará o acordo comercial com o Mercosul antes do final de 2020. De acordo com Malmström, até que o acordo seja aprovado, os países dos dois blocos deverão buscar compromissos com ‘seus respectivos interessados’.
Isso provavelmente não chegará à mesa dos ministros antes do Natal do próximo ano”, declarou a comissária.
Antes de ser aprovado, os países europeus farão uma série de revisões no acordo. Após a aprovação, a aliança entrará em vigor provisoriamente até a validação dos parlamentos de todas as nações envolvidas. O Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas foi citado pela comissária como uma problemática para o acordo com o Mercosul, caso não seja respeitado. A declaração ocorreu pois alguns membros da UE estão pressionando o governo brasileiro a respeito das políticas ambientais do País.