O coordenador geral de negociações extra regionais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Carlos Biavaschi Degrazia, afirmou que o Mercosul passará por algumas reformas após o acordo com a União Europeia. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (25) durante uma palestra da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.
O coordenador explicou que o acordo entre o Mercosul e a UE deve estimular a modernização do bloco sul-americano. Além disso, ele falou também sobre as negociações que serão realizadas entre os países latinos.
“A ideia é que a partir desse acordo com a UE a gente promova reformas dentro do Mercosul que permitam maior flexibilidade, maior modernização para que o bloco possa se adaptar aos desafios”, disse Degrazia.
Divisão entre os países do Mercosul
O coordenador da Secex informou que a divisão entre os países da América do Sul para a exportação pode ser tensa. Durante a palestra, uma empresária o questionou sobre a divisão em casos como o da exportação de arroz, por exemplo, em que o Uruguai é um produtor significativo.
Segundo Degrazia, é necessário viver “uma guerra de cada vez”, portanto, a divisão nesses casos ainda não foi decidida. No entanto, ele ressaltou que diversos critérios serão considerados e que o acordo só será fechado após muito debate.
“A partir de agora terá que ser feita a divisão. Nós recebemos cotas da UE, cotas por exemplo de carnes de 99 mil toneladas que nos ofereceram e vai ter que ter uma divisão dentro do Mercosul. O nível dessas cotas ainda não foram definidos, mas é um dos temas que serão objeto de debate”, explicou Degrazia.
Barreiras comerciais
O governo de Jair Bolsonaro afirmou neste mês que pretende acabar com os entraves para liberar de vez o livre comércio no Mercosul.
Saiba mais: Brasil quer derrubar barreiras comerciais do Mercosul
Embora o bloco já exista há 18 anos, ainda não há uma área integral de livre-comercio entre os países. Assim, o governo federal estabeleceu a quebra das barreiras como uma das prioridades.
Na última quarta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro assumiu a presidência do Mercosul em um mandato de seis meses. Além da quebra das barreiras comerciais, Bolsonaro deve revisar tarifas externas comuns.
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