Mercosul pretende aplicar provisoriamente acordo com UE, segundo Uruguai

A coordenadora das negociações do Uruguai, Valeria Csukasi, afirmou na última segunda-feira (15) que o Mercosul quer uma aplicação provisória do tratado de livre-comércio feito com a União Europeia.

Em Santa Fé, na Argentina, Csukasi deu certeza de que o Mercosul irá atrás de fechar um acordo “teste” com a UE. “Esta é uma das claras decisões que o Mercosul vai tomar”, disse a coordenadora. Nesta quarta-feira (17), os presidentes dos países que compõem o Mercosul se encontrarão para debater os temas atuais que podem mudar o rumo do bloco.

No dia 28 de junho, Mercosul e UE entraram em um acordo. Dessa forma, o tratado prevê que os blocos formem um mercado enorme. Sendo assim, o acordo comercial pode beneficiar ambas as partes. Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que 28 países da União Europeia aceitem o acordo. Além disso, o Parlamento Europeu também deve aprovar.

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“Tendo a possibilidade de que este acordo comece a entrar em vigor provisoriamente para a UE com a simples aprovação do Parlamento Europeu, não de todos os países-membros, vamos apostar na entrada em vigor bilateral, de país (europeu) ao país do Mercosul”, disse Csukasi.

A coordenadora de negociações do Uruguai disse ainda que os países que ratificarem o acordo, poderão começar a comercializar entre os blocos, sem precisar esperar as outras nações.

O acordo eliminará em até 15 anos 91% das tarifas e taxas do Mercosul a produtos europeus e a UE fará o mesmo com 92% de seus produtos em dez anos.

Em 15 anos, é esperado que 91% das taxas do Mercosul sobre produtos da Europa sejam retiradas. Dessa forma, a União Europeia faria a mesma coisa com 92% de seus produtos, porém, em uma escala menor de tempo, em torno de dez anos.

Entraves do acordo Mercosul-UE

Na última segunda-feira (15), o ministro italiano da Agricultura, Gian Marco Centinaio, disse que os agricultores de seu país não concordam com o acordo de livre-comércio entre UE e os países sul-americanos. De acordo com o ministro, aceitar o tratado é o mesmo que “apontar uma arma para a cabeça” do setor agrícola da Itália.

Christiane Lambert, chefe do sindicato dos agricultores da França, disse, no dia 29 de junho, que o acordo com o Mercosul era inadmissível. “É inaceitável a assinatura de um acordo UE-Mercosul que estabelece concorrência desleal aos agricultores europeus e uma farsa total aos consumidores”, afirmou.

Tanto França quanto Itália estão preocupados com as consequências ambientais que o acordo pode acarretar aos seus países. Além disso, os agricultores temem que a entrada de produtos do Mercosul acabe com o mercado interno.

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Juliano Passaro

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