Mercosul: Guedes nega saída, mas diz que Brasil quer modernizar o bloco
O ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu nesta quinta-feira (27) que o governo brasileiro não quer deixar o Mercosul, mas sim modernizar o bloco. “Nós não vamos sair do Mercosul. Queremos continuar a integração, mas não está funcionando como deveria. Queremos fazer a modernização do Mercosul”, afirmou, em participação em evento realizado pela Coalizão Indústria.
Guedes avaliou que o carro elétrico ou movido a hidrogênio é uma ameaça à indústria automobilística tradicional, citando o crescimento da Tesla. “O setor está sendo apertado no mundo inteiro. A Ford deixou o Brasil não por causa do governo, mas porque está em dificuldades no mundo todo”, completou.
Para o ministro, a indústria automotiva brasileira já foi um grande foco de crescimento, acabou encurralada.
Segundo ele, montadoras deixam o Brasil por questões estruturais. “Gradualmente a indústria automotiva no Brasil foi se enrijecendo e se limitou à nossa vizinhança, que é importante. Mas nós é que tínhamos que vender automóvel para a Coreia. Começamos a produzir antes deles”, acrescentou.
Guedes lembrou que a situação da pandemia na América Latina atualmente impede a negociação de novos acordos automotivos. “Se fomos procurar a Argentina agora para falar disso, nem seremos recebidos”, concluiu.
Guedes sugere flexibilizar acordos e reduzir a tarifa do Mercosul
No mês passado, o ministro defendeu a redução imediata da Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco. “Até compreendemos a situação de membros que possam ter dificuldade de baixá-la no momento, mas gostaríamos de propor o movimento. Para o Brasil, é importante reduzirmos”, disse Guedes.
“Fizemos uma proposta de reduzirmos em 10%, ou seja, baixar a tarifa de um determinado produto de 30% para 27%. Isso não machuca ninguém, é só para mandar um sinal de que não estamos fechando a economia”, afirmou, em sessão temática do Senado que celebra os 30 anos do Tratado de Assunção, com o tema: “Mercosul, avanços, desafios e perspectivas”.
De acordo com o ministro, não é a intenção do governo brasileiro abrir a economia de uma só vez, mas argumentou que essa redução de 10% na TEC do Mercosul seria um primeiro passo nessa direção.
(Com informações do Estadão Conteúdo)