Em painel do 44º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP), Gabriela Santos, estrategista de mercados globais da J.P. Morgan Asset Management, destacou que atualmente, depois de vários momentos de adversidade, o mercado possui a melhor perspectiva de retornos internacionais em quase uma década.
“Tivemos melhora nos preços de renda fixa global e mercados acionários. O ponto de partida hoje é, portanto, o melhor em termos de contexto internacional”, afirma, lembrando que recentemente os mercados globais passaram por momentos difíceis, com retornos negativos nas principais bolsas e também renda fixa, mas que esse período já passou.
“Olhando para a frente, o ponto de partida das rendas fixa e variável é favorável em termos de expectativa de longo prazo. A expectativa de retornos anualizados é de 7%”, detalha.
Para Gabriela, quando se trata de mercado financeiro, um dos grandes desafios do investidor é separar o que é barulho e o que é sinal. “Essa mensagem é absolutamente crítica. Hoje, com mídia social, eventos, ele acaba tendo muita informação a processar. É preciso, especialmente, pensar como investidor e separar como ser humano”, pontua.
Cenário de inflação mundial
Sobre a inflação mundial, Gabriela explicou que atualmente, o mundo vive um processo desinflacionário, apesar de alguns riscos ainda permanecerem no radar, como transição energética, conflitos geopolíticos e processo de menos globalização aumentando os custos, por exemplo.
“Não devemos voltar naquele mundo de ‘frio de inverno’, de inflação muito abaixo da meta, mas não achamos que ficaremos neste ‘calor de verão’. Temos um pouco de risco de inflação, mas não nos níveis exagerados que vivemos nos últimos anos”.
Ainda de acordo com a estrategista, na última década o mundo conviveu com juros extremamente baixos, mas agora os bancos centrais perceberam o risco de inflação e começaram a se mexer.
“Nos próximos anos, ainda teremos juros mais elevados. Mas, olhando bem mais para frente, a expectativa é de ter uma normalização de juros. Não esperamos voltar à era de juros zero ou negativo”, completou.
Gabriela destacou o cenário base nos Estados Unidos, por exemplo, classificando-o como de ‘pouso suave’ no momento. “Mesmo com uma desaceleração da economia, é um cenário mais positivo, com melhora perspectiva de lucro das companhias”, pontua.
Partindo de uma perspectiva otimista, Gabriela acredita que daqui para a frente é provável que o mundo veja histórias positivas de crescimento, mas que pode estar sujeito a mudanças.
“Vemos muita oportunidade no mercado em renda fixa, ações, em segmentos que não temos muita exposição no Brasil, como tecnologia. Só que nunca vamos acertar o momento perfeito. Nunca viremos aqui falar que ‘este ano está tudo óbvio’”, encerra.
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