Considerando o agregado das maiores casas, a projeção média para o Ibovespa em 2024 é de 143.900 pontos, representando um upside de cerca de 20% ante o patamar atual.
Isso, considerando revisões recentes nas projeções do Ibovespa dado o cenário mais nebuloso com a política fiscal após a revisão da meta.
Além disso, o diferencial de juros também chama atenção, já que o mercado deixou de esperar uma Selic de um dígito ainda neste ano.
Boa parte do mercado espera que o Banco Central (BC) pause o ciclo de cortes nas próximas reuniões e, talvez, o retome no ano de 2025.
Nesse mesmo contexto as expectativas de cortes por parte do Federal Reserve (Fed) também foram sucessivamente roladas, à luz de dados econômicos que ainda mostram um mercado de trabalho aquecido ainda que os juros se mostrem em um patamar restritivo.
“Embora o cenário de taxas mais elevadas nos EUA continue afetando o Brasil, alguns riscos domésticos também continuam pesando no índice Bovespa: riscos fiscais, riscos de política monetária, após a última reunião do Copom, e aumento da interferência do governo em algumas empresas”, disse a XP em sua revisão.
“Quando olhamos para o desempenho do Ibovespa, usando a Dívida Líquida/Ebitda como seu indicador de alavancagem, o número está um pouco acima de sua média histórica, com 2,4x contra a tendência de longo prazo de 2,0x. Setorialmente, Elétricas & Saneamento, Indústria, Consumo Básico e Saúde são os setores mais alavancados”, completa.
O Santander tinha uma das projeções mais otimistas, com 160 mil pontos, contudo o cenário de cortes de juros nos EUA e no Brasil, e de inflação global, fez os analistas mudarem suas estimativas.
Neste ritmo, os analistas do Santander, Aline Cardoso, Luana Fontes e Guilherme Motta, que assinam o relatório, reavaliaram o preço-alvo do IBOV para 145 mil pontos
“Ainda esperamos um crescimento do EPS de 15% este ano. No entanto, reduzimos o preço-alvo à luz das taxas mais altas”, comentam os especialistas.
Entenda última queda do Ibovespa e dólar a R$ 5,40
Na véspera, quarta (12), o índice caiu firme apesar do cenário externo relativamente positivo – com CPI dos EUA sem variação e um comunicado do Fed que deu uma leve tranquilidade.
Contudo, fatores domésticos empurraram a bolsa para baixo, com o presidente Lula (PT) sinalizando a investidores da Arábia Saudita que fará o ajuste fiscal por meio de juros mais baixos e aumento de arrecadação.
Apesar de essas falas não destoarem do cenário que o mercado já enxerga hoje, ela foi feita a investidores estrangeiros – o que dá um verniz diferente e está direcionado justamente para o grupo de investidores que traz um fluxo relevante.
Após essa reunião, surgiram rumores de que Haddad poderia estar sendo fritado e os ‘nãos’ recebidos pelo ministro do parlamento são uma espécie de ataque.
Com a recente negativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acerca dos créditos de PIS/Cofins, Haddad já disse que ‘não tem plano B’ para compensar a desoneração da folha de pagamentos.
Nesse contexto, o Ibovespa fechou em queda de 1,4% a 119.936 pontos.