O Mercado Livre (MELI34) investirá R$ 10 bilhões no Brasil neste ano, montante equivalente ao já aportado na operação do País nos últimos quatro anos, informou o presidente de Commerce do Mercado Livre para a América Latina, Stelleo Tolda.
“Os recursos serão usados para dar sequência ao plano de expansão da malha logística, da conta Mercado Pago e da força competitiva do marketplace no Brasil“, disse ele, durante apresentação do resultado da companhia para investidores. Segundo Tolda, os recursos serão também direcionados para iniciativas de impacto social e ambiental ao longo deste ano.
“Assim, mantemos nosso compromisso com a democratização e a profissionalização do comércio e dos serviços financeiros no Brasil, além de nos fortalecermos para este período desafiador para todos nós”, afirmou.
A operação brasileira foi apontada como destaque nas vendas da empresa, mostrando crescimento de 84% em moeda constante. Ao mesmo tempo, o Mercado Livre informa que a operação brasileira foi de US$ 720,5 milhões, um crescimento de 68% em dólar e 120% em real, ano contra ano. Segundo a companhia, a receita líquida do Brasil representou 54% do total da companhia, de US$ 1,3 bilhão no quarto trimestre.
O Mercado Livre fechou o trimestre com lucro bruto de US$ 489 milhões, com margem de 36,8%, ante 45 ,7% no mesmo trimestre do ano anterior. O resultado líquido foi um prejuízo de US$ 50,6 milhões no trimestre, resultando em um prejuízo líquido de US$ 1,02 por ação, diz a empresa, em nota.
Varejistas estão preparando ofensiva contra Mercado Livre
Grandes varejistas brasileiras, com forte atuação no e-commerce, estariam planejando uma ação contra o Mercado Livre no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), segundo coluna da revista Veja publicada em fevereiro.
O motivo seria o fato de a gigante argentina do comércio eletrônico, atual maior empresa da América Latina, não exigir nota fiscal de todos os produtos comercializados em seu marketplace. O Mercado Livre, com isso, estaria sendo beneficiado.
O argumento das varejistas é que, com a falta da documentação, a empresa pode lucrar até três vezes mais do que os rivais que emitem notas fiscais. A companhia argentina pode estar saindo na frente dos seus competidores que trabalham apenas com produtos formalizados e, por isso, praticando uma concorrência desleal.
A ofensiva irá partir por meio do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV). A instituição já foi presidida por Flávio Rocha, dono da Riachuelo, que nunca escondeu sua antipatia pelo Mercado Livre. Rocha constantemente chamava a plataforma de “camelódromo digital”.
(Com informações do Estadão Conteúdo)