A Vale (VALE3) perdeu o posto posto de empresa mais valiosa da América Latina para a argentina Mercado Livre (MELI34). A mineradora teve seu valor de mercado reduzido em aproximadamente US$ 40 bilhões, frente aos US$ 90 bilhões avaliados da gigante do comércio online.
Com o fechamento do pregão desta segunda (20), os papéis ordinários da Vale caíram 3,30%, negociados a R$ 83,31. A empresa teve desvalorização de 32% em suas ações em relação à máxima no fim de julho em dólar. A companhia continua, no entanto, como a maior empresa da bolsa brasileira.
A notícia acompanha a tendência do mercado hoje, movimentado pela situação crítica de dívidas da gigante chinesa Evergrande, que gerou grande impacto negativo no mercado financeiro de forma generalizada. A empresa, que atua principalmente no setor imobiliário, pode não quitar sua dívida de US$ 300 bilhões na próxima quarta (22), e a possibilidade de calote é o que preocupa investidores ao redor do globo.
O problema gerado pela Evergrande pode afetar o mercado de construção civil da China, situação de muita relevância para a Vale, uma vez que isso acarretaria uma diminuição na demanda de aço, impactando negativamente a cotação do minério de ferro.
Temor da Evergrande tende a piorar situação da Vale
Como a China é uma das principais importadoras de matéria-prima local, um calote da Evegrande reduziria a demanda pelos insumos brasileiros, além de derrubar o preço das commodities, segundo o economista e sócio da BRA, João Beck, em declaração ao Suno Notícias. “O caso Evergrande pode prejudicar nossa balança comercial”, afirma.
Não é à toa que a Vale (VALE3) e as siderúrgicas – CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) — caíram no Ibovespa, que perdeu hoje 2,33%. Enquanto a mineradora cedeu 3,30%, as siderúrgicas recuaram 3,08%, 0,93% e 1,44%, respectivamente. Entre as empresas de commodities a Braskem (BRKM5) teve uma desvalorização de 11,54%, a Petrorio (PRIO3) com recuo de 5,68% e a Petrobras (PETR4) que cai 1,12%.
(Com Estadão Conteúdo)