O Mercado Livre (MELI34) anunciou nesta terça (24) a compra da Kangu, empresa brasileira de serviços logísticos com uma plataforma de entregas atuante no Brasil, Colômbia e México.
Não foi informado o valor da transação. Segundo o Mercado Livre, a Kangu já atuava como parceiro da companhia.
“A aquisição da totalidade da empresa vai ao encontro da estratégia da plataforma, que investe em sua malha logística para garantir eficiência aos vendedores e entrega mais rápida”, diz nota do Mercado Livre.
Mais de 40 mil vendedores utilizam a rede da Kangu nos três países. A startup, criada em 2018, tem 5 mil pontos de coleta e entrega, metade deles no Brasil.
“A empresa, que presta serviço para diversas companhias, entre elas o Mercado Livre, conecta vendedores de e-commerce à sua rede de lojas de bairro parceiras, como petshops, papelarias e pequenos comércios”, explica o Mercado Livre.
“As lojas funcionam como uma rede de pontos de coleta, em que os vendedores podem deixar os seus produtos para envio ao consumidor, ou compradores podem buscar suas encomendas.”
Kangu “conecta compradores e vendedores”
Renato Pereira, diretor de Novos Negócios do Mercado Livre, diz que “a Kangu já exerce um papel importante em nosso ecossistema, conectando compradores e vendedores da companhia em mais de 5 mil pontos.”
“A transação vai trazer ainda mais eficiência e capilaridade à nossa operação”, prevê.
O diretor da Mercado Livre complementa: “Durante a pandemia, quando o volume de pedidos aumentou, a rede auxiliar fornecida pela Kangu foi muito importante para complementar a eficiência da nossa entrega”, completa.
Além do crescimento do e-commerce, a aquisição acompanha a expansão do Mercado Livre, sobretudo no Brasil, e expande malha logística.
“Desenvolvemos soluções internamente, ao mesmo tempo em que buscamos parceiros e oportunidades para democratizar o comércio eletrônico e reduzir ainda mais o tempo das nossas entregas”, afirma Leandro Bassoi, vice-presidente de Logística do Mercado Livre para a América Latina.
A empresa realiza entregas em até um dia para 2,1 mil cidades do Brasil, para dezenas de localidades.
“Além da sinergia logística, a Kangu aporta ainda mais sustentabilidade à operação, oferecendo alternativas que reduzem o tráfego de veículos e as emissões, assim como amplia nosso impacto social, gerando renda para pequenos lojistas que integram sua rede”, completa Bassoi.
Mercado Livre: gestão da Kangu continuará independente
Em 2020, a receita da Kangu cresceu mais de 100 vezes na comparação com o ano anterior. O modelo de negócio da empresa inclui, além dos serviços de pontos de coleta e entrega, o transporte de produtos com o apoio de parceiros externos e a logística reversa.
“A parceria com o Mercado Livre impulsionou o rápido desenvolvimento da nossa operação nos últimos anos”, ressalta Marcelo Guarnieri, co-CEO e fundador da Kangu.
“Somente no Brasil, onde já operamos 2,6 mil pontos e cinco cross dockings próprios, devemos saltar para 3,5 mil pontos e 13 cross dockings da Kangu até dezembro.”
De acordo com a Mercado Livre, a gestão da Kangu continuará de forma independente, sob a liderança dos atuais co-CEOs, seguindo sua estratégia para conquistar novos vendedores de e-commerce.
“O crescimento do market share da Kangu é resultado, sobretudo, do impacto positivo que geramos na cadeia. Seguiremos atendendo o Mercado Livre e outras empresas, assim como desenvolvendo novos serviços para o mercado”, reforça Ricardo Araújo, co-CEO e fundador da Kangu.
A aquisição da Kangu vai reduzir prazos de entrega e expandir a capacidade do Mercado Envios, braço logístico da empresa, diz ainda o Mercado Livre. No segundo trimestre, essa unidade de negócios enviou mais de 230,5 milhões de itens, aumento de 46,4% em relação ao mesmo período de 2020. A conclusão da operação aguarda a aprovação das autoridades de defesa da concorrência.
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