O Mercado Livre (MELI34) entregará no mesmo dia em 100 cidades do Brasil, segundo anúncio recente da companhia.
Atualmente, segundo um levantamento interno são cerca de 2 mil cidades que já estão aptas a receber as compras em até um dia. Na entrega em até 48h são 4,7 mil cidades disponíveis, segundo o Mercado Livre.
O dado mostra uma expansão plena da varejista argentina em solo brasileiro, já que são cerca de 5,5 mil cidades no Brasil.
“Nossa missão de democratizar o comércio eletrônico passa diretamente pela logística e por oferecer uma entrega mais rápida em todo o Brasil. No primeiro trimestre de 2022, cerca de 54% das entregas da modalidade Full foram realizadas no mesmo dia”, disse em nota o diretor de operações Logísticas do Mercado Livre, Gustavo Pompeo.
Com os investimentos recentes, a infraestrutura da companhia contempla 1029 quilômetros em operações relacionadas ao processo logístico (Fulfillment).
Segundo informações da própria companhia, a frota de veículos é formada por:
- 51 carros elétricos
- 3 mil caminhões
- 1,1 mil vans
- 3 aviões
- 26 carretas movidas a gás
- mais de 13 mil veículos atuando na última milha de entrega
Nos últimos meses a empresa anunciou um investimento de R$ 17 bilhões ao longo de 2022, expandindo os horizontes do Mercado Livre no Brasil em meio a uma competitividade maior.
Com a entrada de players estrangeiros – como Shoppee e Wish – varejistas mais sólidas têm investidor mais em serviços aos clientes, incluindo a entrega e outros serviços como cashback e programas de fidelidade.
Mercado Livre ‘sangra’ com concorrentes
Assim como suas principais concorrentes no Brasil, como o Magazine Luiza (MGLU3), a Via (VIIA3) e a Americanas (AMER3), as ações da companhia caem na Nasdaq em meio à deterioração do varejo.
Desde o início do ano as ações do Mercado Livre caem 52% para US$ 635, sendo que somente nos últimos 30 dias foram 20% de baixa.
Além disso, as BDRs do Mercado Livre acompanham a queda, cotadas a R$ 27,20, representando uma queda de 56% no acumulado de 2022.
Vendo esse cenário, o o Itaú BBA reduziu o preço alvo das ações e US$ 1.573 para US$ 1.100 após os números de crédito da empresa em março e abril sinalizaram desacelerarem.
O banco chamou atenção também para os sinais de expansão mais fraca do e-commerce.
“Após meses de originação de crédito acelerada, os números de crédito do Mercado Livre para março e abril sinalizaram desaceleração no ritmo de crescimento da carteira e uma ligeira deterioração da inadimplência pelo segundo mês consecutivo”, diz o relatório do banco de investimento.
Apesar do corte no preço-alvo, o BBA destaca uma recomendação de compra para os papéis.
“Nosso novo valor justo para 2022 de US$ 1.100 por ação implica potencial de valorização de 57%. Esperamos que o Mercado Livre continue a acelerar o monetização de sua plataforma, reforçando sua posição de liderança no espaço de e-commerce na América Latina”, apontam os analistas, reiterando o rótulo de outperform das ações.
A XP, por sua vez, ainda vê um cenário “desafiador” para as companhias de varejo.
“Apesar da forte queda do setor, ainda não recomendamos compra dos papéis de e-commerce por esperarmos uma dinâmica macro bastante desafiadora pela frente, tanto do ponto de vista de inflação (que deve se manter próxima a patamar de duplo dígito ao longo do ano) como de taxa de juros (com pelo menos mais uma alta esperada no Brasil e um ciclo ainda por vir nos EUA)”, diz um relatório recente da corretora.
Segundo a XP, o cenário competitivo do setor tem sido bastante duro mesmo entre os players já consolidados no setor, como é o caso do Mercado Livre. “Apesar de termos visto uma racionalização do setor em busca de rentabilidade, principalmente através do aumento das taxas de comissões compradas em seus marketplaces, ainda há desafios de rentabilidade por conta do aumento de competição por marketing”, concluem os analistas.
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