Analistas do Goldman Sachs (GS) afirma que o Mercado Livre (MELI34) deve ser a companhia mais resiliente no cenário de retração no varejo.
A projeção dos analistas da casa é de que o volume de vendas (GMV) do Mercado Livre cresça 17% no seu resultado financeiro do 2T22, em meio a um setor que terá queda de 4% no mesmo indicador em igual período.
“Enquanto o Mercado Livre pode restringir seletivamente o investimento em iniciativas que aposta no crescimento de médio prazo em itens de supermercado, o investimento contínuo na rede logística e contratação de talentos contrasta com o notável trade-off entre crescimento e lucratividade que seus principais pares são forçados a escolher”, diz o relatório do banco de investimento.
Para casa, o custo de aquisição do cliente (CAC) menor do que pares como Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) deve ser uma vantagem competitiva para a varejista argentina.
As projeções de GMV para as demais companhias são:
- Via: -9%
- Magazine Luiza: +9%
- Americanas (AMER3): +7%
“Notamos que, se excluirmos os dados da Kabum, a projeção é de que o GMV global do Magazine Luiza seria estável em relação ao ano anterior e o 1P [vendas próprias] teria uma retração na casa dos 15%”, dizem os analistas da casa.
Vendas no varejo sofrem retração
As vendas do varejo online caíram 4,2% no trimestre que acabou em junho, segundo dados da MCC/Neotrust apresentados em relatório do Goldman Sachs desta semana.
Somente em junho, o varejo online apresentou uma retração de 5,7%, ante uma baixa de 6,4% em abril e uma queda de 1% em maio.
Os números vem em meio a uma sucessiva de altas, com 19% no 4T21 ante 11% de alta no 1T22.
Assim, a pesquisa – que é realizada desde meados de 2018 – mostra que o trimestre mais recente, que findou em junho, foi o pior da série histórica.
Além disso, os especialistas do Goldman Sachs projetam um crescimento gradual e lento, no menor ritmo dos últimos anos – ainda que em comparação com o ano de 2019, no pré-pandemia.
Nesse sentido, as vendas no varejo por meio do e-commerce devem ser maiores no acumulado de 2022, porém em somente 0,5 p.p.. A projeção da casa é de que o segmento represente 14% de todas as vendas no varejo.
Mercado Livre recebeu US$ 233 mi do Goldman Sachs para aumentar oferta de crédito
A varejista divulgou que o Mercado Pago – fintech do Mercado Livre – recebeu uma nova linha de financiamento privado de US$ 233 milhões do Goldman Sachs.
Dessa cifra, são US$ 106 milhões que destinam-se à ampliação da capacidade de crédito para pessoas físicas e pequenas e médias empresas no Brasil, e US$ 127 milhões correspondem ao México.
Com esse movimento, o Goldman Sachs atinge um total de US$ 485 milhões em injeções de capital no braço de crédito do Mercado Livre entre 2021 e 2022.
“Vamos continuar a parceria com o Mercado Livre para promover a inclusão financeira e o acesso ao crédito na América Latina. O Mercado Crédito e todo o ecossistema do Mercado Livre são uma plataforma única para melhorar o fluxo de capital para empresas sem acesso a crédito no sistema financeiro tradicional”, disse Santiago Rubin, Diretor Geral, Head de Mídia Tecnológica e Telecom para América Latina do Goldman Sachs.
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