Mercado Livre abrirá cinco novos centros logísticos no Brasil
O Mercado Livre anunciou, nesta quinta-feira (12), que irá construir cinco novos centros logísticos no Brasil. Segundo a empresa, o investimento é parte dos R$ 4 bilhões anunciados para a construção de ativos no País neste ano.
Os cinco novos centros do Mercado Livre serão distribuídos da seguinte forma: dois em Cajamar (São Paulo), um em Guarulhos (São Paulo), um em Extrema (Minas Gerais) e outro em Governador Celso Ramos (Santa Catarina).
Segundo a companhia, os novos centros visam aumentar a capacidade logística no Brasil e reduzir o tempo de entrega do e-commerce pois deve dobra sua capacidade logística, que responde por mais de metade de suas receitas.
“A população deve confiar que os produtos chegarão em até um a dois dias, o que ainda não é realidade no Brasil. Se isso fosse verdade, não teríamos apenas 5% de participação de e-commerce no varejo no Brasil”, disse Leandro Bassoi, vice-presidente de Mercado Envios.
As novas operações, cujas atividades estão previstas para iniciarem entre novembro de 2020 e o início de 2021, irão agregar 340 mil m² à malha logística 100% gerenciada pelo Mercado Envios, braço logístico do Mercado Livre, duplicando a capacidade de armazenamento e de processamento de encomendas.
Apenas o CD de Cajamar já entrou em operação nesta semana e deve somar a capacidade de outros três CDs da companhia no Brasil, visando a Black Friday.
“Essa será a maior Black Friday da história do Mercado Livre. A gente vem para a Black Friday muito forte. Não somos uma empresa de descontos, nosso DNA é de tecnologia, mas a data deve ser especial”, disse Fernando Yunes, vice-presidente sênior. “A maioria das entregas na Black Friday, cerca de 75%, 80%, será entregue em até dois dias e será algo muito forte”, afirmou.
Segundo Bassoi, o Mercado Livre deve continuar crescendo no Brasil. “Passando a pandemia [do coronavírus], não estaremos mais no mesmo patamar de antes”, disse Leandro Bassoi.
Em relação a possibilidade de o Mercado Livre adquirir os Correios, o executivo afirmou que a companhia continua conversando sobre o negócio, mas que ainda não há uma definição.
“Continuamos atentos a toda discussão, continuamos apoiando as conversas com o governo onde podemos ajudar em definitivo o processo, continuamos na mesa conversando com as partes interessadas também, sendo que qualquer que seja o comprador, é importante que tenhamos um diálogo com os compradores”, afirmou Bassoi.
Mercado Livre vem aumentando atuação no Brasil
Além dos novos centros de distribuição, nesta semana o Mercado Livre também teve outra boa notícia. O Banco Central (BC) concedeu na segunda-feira (9) a autorização para o gigante argentino do e-commerce para atuar como instituição financeira.
De acordo com o Mercado livre, o sinal verde da autoridade monetária garantirá maior autonomia à companhia para a formulação de produtos e serviços financeiros e de crédito. O novo braço financeiro receberá o nome de Mercado Crédito Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento.
A empresa terá um capital social de R$ 40 milhões e será sediada na capital paulista.
Além dos benefícios para as operações de crédito, a licença permitirá o acesso a “fontes de financiamento diferentes, que complementarão a estratégia de funding da companhia”, ressaltou o vice-presidente do Mercado Pago, Tulio Oliveira.
Além disso, o Mercado Livre, reportou um lucro líquido de US$ 15 milhões (cerca de R$ 80,82 milhões) no terceiro trimestre deste ano.
A receita líquida da empresa subiu 85%, para US$ 1,1 bilhão entre os meses de julho e setembro, seguindo o crescimento no volume de vendas (GMV, na sigla em inglês) que bateu US$ 5,9 bilhões, uma expansão de 62,1%. O total de usuários únicos ativos do Mercado Livre no período avançou 92,2%, a 76 milhões.