Pesquisa XP de Sentimento, com os assessores de investimentos da corretora e de escritórios autônomos, aponta que o mercado financeiro diminuiu o receio em relação a investimentos em renda variável, mas o índice de cautela permanece em patamar elevado.
O percentual de assessores que relataram ter clientes que buscam diminuir a sua alocação em renda variável diminuiu 0,9 pontos percentuais em relação à última pesquisa publicada em 30 de novembro de 2021, mas ainda se mantém em um índice elevado, de 40%.
Por outro lado, os que pretendem aumentar seus investimentos nesta classe recuaram 1 p.p., a 10%.
Ainda assim, é a primeira vez desde setembro do último ano em que o percentual de assessores que relataram clientes pretendendo manter as suas posições em renda variável é superior aos que pretendem reduzir: 50% a 40%.
Segundo o levantamento, os investimento que atraem a maior parte do mercado financeiro são:
- Tesouro Direto e Renda Fixa: 75% se disseram interessados;
- Investimentos Institucionais: 72%;
- Fundos de Renda Fixa: 53%;
- Criptomoedas: 44%;
- Fundos imobiliários: 40%;
- Fundos multimercado: 24%;
- Fundos de renda variável: 11%;
- Ouro: 5%.
Eleições e fisco são os maiores riscos para o mercado financeiro
De acordo com a pesquisa, o principal receio do mercado financeiro este ano é com as eleições presidenciais. Dos assessores entrevistados, 37% mostraram receio com a escolha do próximo presidente. Outros 35% destacaram riscos fiscais, 11% apontaram a desaceleração econômica global e 6% se mostraram preocupados com a aceleração da inflação.
A maior parte dos assessores relatou que seus clientes têm menos de um quarto do portfolio investido em renda variável. Entre eles, 64% disseram que seus clientes possuem entre 0% e 25% de alocação em renda variável, 30% têm entre 25% e 50%, 4% entre 50% e 75% e apenas 2% entre 75% e 100%.
Ainda assim, o mercado segue confiante de que o Ibovespa deve acumular ganhos neste ano. Dos entrevistados, 34% projetam o principal índice acionário brasileiro no fim deste ano entre 120 mil e 130 mil pontos, valorização de 11,9% e 21,3%, respectivamente, em relação à cotação atual.
Outros 32% acreditam que o índice deve ficar entre 110 mil e 120 mil pontos. A média dos palpites do mercado financeiro ficou em 120.564 pontos, avanço de 7,1% em relação à última pesquisa divulgada em novembro.
“Sabemos que ao falar em aumento de juros no Brasil, por meio da elevação da Selic, inflação, além de riscos fiscais e políticos, os investidores passam a procurar meios alternativos de investimentos para diminuir o o chamado risco Brasil“, destaca o relatório.
“Uma boa alternativa é a diversificação internacional. Nos últimos anos, vem sendo disponibilizado gama muito maior de ativos com diversificação internacional, como fundos de investimento, ETFs, BDRs e uma série de outros produtos”, completa.
Entre os ativos internacionais que mais despertaram interesse do mercado financeiro, têm destaque: Fundos Internacionais, com 77% de interesse, BDRs, 52%, ETFs, 36%, e Dólar, 29%.
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