Mercado de Pets: confira o crescimento do setor durante os últimos anos

A rede de petshops Petz (PETZ3) estreou recentemente na bolsa de valores brasileira, B3, com uma disparada de 21,82% e viu suas ações fecharem cotadas a R$ 16,75 no dia 11 de setembro. Com o resultado positivo da oferta pública inicial (IPO) da empresa, está cada vez mais evidente o interesse dos investidores no mercado de pets, que não para de crescer.

Segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), no ano passado, o faturamento no mercado de pets (indústria, serviços e venda de animais) somou R$ 35,4 bilhões, representando um crescimento de 3% em relação ao ano de 2018. Atualmente, o país tem cerca de 141,6 milhões de animais de estimação, entre eles, 55,1 milhões de cães e 24,7 milhões de gatos, sendo que quase metade (47%) deles estão no Sudeste, e aproximadamente um quarto (25%) estão em São Paulo.

Os resultados de 2019 colocaram o mercado brasileiro de animais domésticos entre os quatro maiores do mundo, estando atrás apenas dos EUA (40,1%), China (7,2%), e Reino Unido (4,73%).

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Acompanhando o crescimento no mercado de pets dos últimos anos, 2020 não foi diferente, apesar da crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o desempenho do setor foi ainda melhor que o esperado, registrando alta em todas as categorias do segmento.

“Como as pessoas tiveram que ficar em casa, elas começaram a passar mais tempo com os pets e começaram a notar algumas necessidades deles, e como diversos segmentos foram obrigados a fechar em 100% ( e os petshops não), eles usavam esses pontos como válvula de escape para passear e sair de casa, e o dinheiro que era usado para outros fins foi centralizado em produtos para os pets fazendo com que o segmento crescesse um pouco mais nesse período”, declarou Lucas Marques, fundador da Ipet, empresa da indústria de produtos e alimentos humanizados para animais.

De acordo com os dados do Instituto Pet Brasil, o comércio eletrônico de produtos pet variados registrou um aumento de 65,57% no faturamento, que pulou de R$ 1,49 bilhão para R$ 2,47 bilhões entre os dois primeiros trimestres deste ano.

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Dentre as vendas do setor, grande parte é de produtos alimentícios (47,8%), seguida de produtos médicos como remédios e vacinas (18%) e serviços veterinários (12%), informou o instituto.

Marques pontuou ainda que houve crescimento em toda a linha de produtos do Ipet, sendo que alguns deles registraram um aumento de 200% em relação ao ano passado.

Além disso, o fundador da marca de pets citou alguns dos produtos que registraram as maiores altas. “O consumo da DOGBEER teve um crescimento significativo nesse período e de outros itens como o DOGS WINE, um vinho para cães, e o Macaroni, um macarrão para os animais, simbolizaram esses momento, além dos molhos para rações, os quais registraram o maior crescimento pois acreditamos que os donos começaram a notar que a ração sozinha é ‘sem graça’ e começaram a usar o molho como complemento das refeições”, disse.

De acordo com Marques, esses produtos foram impulsionados principalmente pelo fato de que “muitas pessoas começaram a usar as redes sociais para interagir com o mundo externo e nesse momento muitos perfis de pets foram criados, e como nós fabricamos produtos humanizados e diferentes, o aumento do consumo com novos momentos entre os donos e os pets fizeram aparecer uma enxurrada de fotos nas redes sociais, e junto com as Lives elaboramos uma campanha do #sextou”, concluiu.

Entretanto, o fundador do Ipet ressaltou sua preocupação com as vendas quando as medidas de isolamento social terminarem. “Esse será o nosso maior desafio, de mantermos esse crescimento fora da curva, até o momento estamos entendendo que as pessoas não perderão alguns hábitos criados na pandemia, porém temos que ser rápidos e dinâmicos para não deixar cair essa peteca desse crescimento absorvido em um momento tão difícil para a humanidade”.

A expectativa para o setor pet no Brasil é de uma alta de 4,6% até dezembro em relação aos valores do ano anterior, informou a Euromonitor. Ao passo que os dados indicam que entre 2020 e 2025 ocorra um crescimento de 42,7% no setor, com faturamento médio de R$ 35 bilhões no Brasil.

Mercado de Pets: quanto custa ter um animal de estimação?

De acordo com o IPB, o gasto médio mensal com cães no Brasil é de R$ 338,76, entretanto esse custo pode variar conforme o tamanho do animal, a região do país e também segundo a classe social de seus donos.

Cães pequenos (até 10 kg) custam R$ 266,18 ao mês; os médios (de 11 kg a 25 kg) consomem R$ 327,51, e os grandes (mais de 26 kg) geram gasto mensal de R$ 422,59.

Em contrapartida, o custo mensal médio dos gatos é de R$ 196,56, informou o IPB. Peixes custam R$ 66,50 ao mês (a conta considera dez peixes em um aquário de 40 litros) e aves custam R$ 7,80 ao mês cada uma.

“O cachorro é mais caro, porque demanda mais atenção, enquanto o gato é mais independente”, informou Rodrigo Albuquerque, CEO da Petland, rede de produtos para pets com 100 lojas em 17 estados.

Com isso, veja também uma pesquisa realizada pela empresa Coya sobre as melhores cidades do mundo para se ter um cachorro e seus respectivos custos (os dados apontam o custo do pet durante toda a sua vida):

  1. São Francisco, EUA: R$ 106.991,53
  2. Seattle, EUA: R$ 101.996,87
  3. Tel Aviv, Israel: R$ 122.508,50
  4. Praga, República Checa: R$ 63.933,92
  5. Hamburgo, Alemanha: R$ 80.275,00
  6. Barcelona, Espanha: R$ 81.441,14
  7. Varsóvia, Polônia: R$ 56.222,63
  8. Chicago, EUA: R$ 95.221,79
  9. Toronto, Canadá: R$ 97.091,44
  10. Lisboa, Portugal: R$ 67.063,67
  11. Copenhagen, Dinamarca: R$ 126.258,59
  12. Madri, Espanha: R$ 81.441,14
  13. Viena, Austria: R$ 91.253,09
  14. Munique, Alemanha: R$ 87.047,50

Enquanto no Brasil, em média o custo total de uma cachorro é de aproximadamente R$52.846,56.

De acordo com  a pesquisa Global Pet Service Market: Growth Trends and Projections 2020-2025″, o mercado de pets deve crescer 5,2% durante os anos de 2020-2025 no mundo.

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Rafaela La Regina

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