As ofertas no mercado de capitais chegaram a R$ 43,2 bilhões em fevereiro, registrando um aumento de 170,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). No primeiro bimestre, o volume captado atingiu R$ 64 bilhões, com alta de 50,6% ante o mesmo período de 2023.
“Vários instrumentos apresentaram crescimento neste início de ano. Isso mostra parte do potencial do mercado de capitais em um momento de expectativa por mais cortes na Selic e a busca dos investidores por diversificação de suas carteiras, o que já se reflete no apetite por ativos mais sensíveis à taxa de juros”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da entidade.
As ofertas de debêntures mais uma vez lideraram as captações, somando R$ 22,4 bilhões em fevereiro, com um salto de 237,1% ante o mesmo mês do ano passado, e R$ 30,7 bilhões no bimestre, com crescimento de 21,1% no confronto com igual intervalo em 2023.
A maioria das emissões de debêntures no acumulado deste ano foi direcionada para gestão ordinária dos negócios (32,2%) e investimentos em infraestrutura (16,9%). O prazo médio dos papéis ficou em 6,79 anos, patamar bem próximo do contabilizado no mesmo período do ano passado (6,95 anos).
Ofertas de CRIs e CRAs também cresceram no período; confira
Entre os demais instrumentos de renda fixa, as ofertas de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) totalizaram R$ 7,4 bilhões no mês e R$ 10,9 bilhões no bimestre, com crescimentos de 305,7% e de 298,2%, respectivamente, ante o mesmo período do ano anterior. Já as emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) tiveram expansão de 54% em fevereiro, para R$ 3,6 bilhões, e de 67% nos dois primeiros meses do ano, para R$ 5,1 bilhões.
Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) também apresentaram alta, chegando a R$ 2,5 bilhões em fevereiro e a R$ 5,5 bilhões no ano, contabilizando aumentos de 74,3% e de 51,8%, respectivamente.
Nos produtos híbridos, os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) se destacaram, atingindo R$ 4,0 bilhões em fevereiro, com 123,9% de alta, e R$ 7,1 bilhões no primeiro bimestre, com crescimento de 114,5%.
Na renda variável, as primeiras operações de follow-on (oferta subsequente de ações) do ano foram encerradas, totalizando R$ 3,1 bilhões em emissões em fevereiro. Nos dois primeiros meses de 2023, não houve ofertas.