Mercado brasileiro captou R$ 102 bi no melhor 1º trimestre em 10 anos, diz Anbima
O mercado de capitais brasileiro registrou captação total de R$ 102 bilhões no primeiro trimestre de 2021, o maior volume da série histórica iniciada em 2011 para o período, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgados nesta terça-feira (13).
De acordo com informações da associação, o resultado foi impulsionado pelo desempenho positivo do mercado de renda variável nos primeiros três meses do ano. No período, empresas captaram R$ 33,4 bilhões por meio de ofertas de ações, também o maior para um primeiro trimestre desde o início da série histórica.
“Estamos mudando a realidade de que só estrangeiro compra IPO e somente operação grande se viabiliza. Estamos com um mercado mais dinâmico”, salientou José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima, em coletiva de impresa.
“Continuamos com um mercado seletivo, como sempre foi. No mercado de capitais, tem-se um número maior de ofertas comparadas às que efetivamente acabam saindo. Mas as operações continuam a ter sucesso conforme vemos as estatísticas”, acrescentou.
A maior parte dos recursos captados nas ofertas de ações durante o primeiro trimestre foram para o caixa das companhias emissoras, isto é, ofertas primárias superaram as secundárias. “O destino dos recursos está indo para empresas novas e para a capitalização delas”, explicou Laloni.
Captação no mercado de debêntures cresce 84,1%
Ainda segundo informações da Anbima, o volume captado pelas debêntures, no mercado de renda fixa privado, apresentou alta de 84,1% na comparação ao primeiro trimestre do ano passado.
José Eduardo Laloni ressaltou na coletiva o alongamento dos prazos das emissões nos primeiros três meses de 2021, sequência de um movimento iniciado depois da primeira metade do ano anterior.
Enquanto isso, no mercado de renda fixa e híbridos domésticos, o destaque ficou com os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidcs) e fundos imobiliários. O volume de notas promissórias, produtos de securitização e FIIs no primeiro trimestre deste ano atingiu R$ 37,6 bilhões, 29% do total registrado em 2020.