A recém chegada à Bolsa de Valores de São Paulo (B3), Méliuz (CASH3), tem chamado atenção do mercado. Não somente pela valorização de mais de 270% desde sua oferta pública inicial de ações (IPO) no mês passado, mas por seus projetos.
Em entrevista ao site Neofeed, publicada na última quinta-feira (21), o CEO Israel Salmen deu um panorama sobre as expectativas da companhia. A empresa pretende competir com Nubank e Banco Inter (BIDI11), no entanto, quer fazer mais: a Méliuz visa ampliar a gama de produtos financeiros e também não financeiros de sua plataforma, para não ficar somente no cashback.
Esse processo já está em curso em função de parcerias com Creditas, Porto Seguro (PSSA3), entre outras empresas. Ao adentrar no segmento de serviços financeiros em 2019, através de sua parceria de cartão de crédito com o Banco Pan (BPAN4), já foram emitidos mais de 2,5 milhões de cartões — o que expande as perspectivas.
Para ele, a startup tem três pilares de crescimento, e que ajudam a empresa a ser inovadora, rápida e eficiente:
- Tecnologia;
- Estrutura de parceria;
- Cultura forte.
Para ele, o forte desempenho das ações da empresa logo após a estreia na B3 está ligado ao resultado operacional do quarto trimestre deste ano, o que pode ter dado mais um incentivo à chegada de investidores institucionais. No entanto, tem a consciência de que é necessário continuar entregando resultados consistentemente.
BTG Pactual reitera recomendação de compra de Méliuz
Em análise da entrevista de Salmen, o banco de investimento BTG Pactual (BPAC11) citou pontos positivos levantados pelo executivo da companhia. Para ele criar uma plataforma de serviços não é desafiador, mas administrá-la de forma competente por 10 anos definitivamente é. A recomendação do banco é de compra.
O CEO também pontuou que em função da baixa penetração do comércio eletrônico e cashback no Brasil, sobretudo em comparação aos Estados Unidos, “o mercado deve crescer muito”, o que também significa novos entrantes no setor. Mesmo assim, Salmen diz que a Méliuz pode dobrar de tamanho nos próximos dois anos.
O BTG ressalta que atualmente a empresa tem R$ 300 milhões em caixa, resultado da busca por um negócio lucrativo nos últimos 10 anos. A receita acumulada nos primeiros nove meses de 2020 atingiu R$ 89 milhões, enquanto o lucro líquido ficou em R$ 17,4 milhões.
O banco de investimento — que havia recomendado entrar no IPO — estipula um preço-alvo de R$ 18 para os papéis da startup. Embora ainda seja necessária uma maior transparência sobre a forma de monetização de novos clientes, os analistas continuam positivos sobre a companhia.
Por volta das 12h15 desta sexta-feira, as ações da Méliuz operavam com uma alta de 7,34%, negociadas a R$ 34,95, enquanto o Ibovespa caía 1,14%.