Méliuz (CASH3) faz nova parceria com BV; entenda impactos
A Méliuz (CASH3) anunciou mudanças em sua parceria estratégica com o Banco Votorantim (BV), o que deve se traduzir em impactos diretos em sua receita e rentabilidade para 2025, segundo a XP.

O BV optou por não exercer sua opção de compra de ações da Méliuz, enquanto as duas partes renegociaram os termos do acordo comercial.
Com isso, a CASH3 passará a receber valores menores pelas ativações de cartões de crédito e contas correntes, além de uma redução nos ganhos sobre o volume transacionado nos cartões emitidos pelo banco.
A parceria entre as empresas permanece válida até 2033, mas os novos termos serão reavaliados até o final de 2025. Segundo estimativas da XP, a revisão da parceria pode impactar negativamente a receita líquida da Méliuz em aproximadamente R$ 7 milhões por trimestre.
Considerando uma margem EBITDA estimada em 70% para essa receita, o efeito anualizado no EBITDA pode chegar a R$ 20 milhões, o que representa uma redução de quase 30% sobre a projeção anterior de R$ 66 milhões para 2025.
O Banco BV também notificou a Méliuz de que não exercerá a opção de compra de ações, concedida em dezembro de 2022 e com prazo final em março de 2025. Como a opção estava fora do dinheiro (out of the money), essa decisão já era esperada e é vista como um evento neutro.
Além disso, o FIP BV encerrou seu Acordo de Voto com a Méliuz, o que resultou na renúncia de Júlio Cezar Tozzo Mendes Pereira, que representava o fundo no Conselho de Administração da companhia. Essa mudança sinaliza um distanciamento do banco BV em relação à governança da Méliuz.
Segundo a XP, a reavaliação da parceria reforça os desafios da estratégia de monetização dos clientes do BV por meio dos produtos financeiros oferecidos pela Méliuz. O mercado deve acompanhar de perto a renegociação dos termos do acordo no final de 2025, que pode definir a continuidade da parceria até 2033.
Caso os resultados melhorem ao longo do ano, há chances de um realinhamento positivo entre as empresas, diz a casa. No entanto, se o desempenho ficar abaixo das expectativas, a Méliuz e o BV precisarão decidir se seguirão juntas ou buscarão novas oportunidades.
Diante do impacto financeiro relevante e das incertezas estratégicas, a XP colocou a recomendação da Méliuz sob revisão. Mais detalhes sobre a visão da administração da empresa devem ser apresentados na teleconferência de resultados do 4T24, marcada para 20 de março de 2025.