A Méliuz (CASH3), empresa especializada em cashback, reportou lucro líquido recorrente de R$ 7,6 milhões no primeiro trimestre de 2023. Esse resultado reverte o prejuízo de R$ 6,4 milhões reportado um ano antes. No critério consolidado, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 11,9 milhões, piora de 81% ante os R$ 17,1 milhões negativos dos três primeiros meses de 2022.
O Ebitda recorrente da Méliuz (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 1,5 milhões, uma melhora de 91% quando comparado a igual intervalo do ano passado. Já o Ebitda consolidado atingiu R$ 28,4 milhões negativos, piora de 66% na mesma base comparativa.
Os números consolidados desconsideram o Bankly, os itens extraordinários e despesas excluídas após o acordo comercial.
Entre janeiro e março de 2023, a receita líquida da Méliuz total atingiu R$ 98,7 milhões, aumento de 10% em relação aos R$ 90 milhões reportados um ano antes.
Já o GMV (valor bruto de mercadoria) somou R$ 1,246 bilhão, recuo anual de 12%. No release de resultados, a empresa destaca a desaceleração do e-commerce, potencializada pelo pedido de recuperação judicial das Lojas Americanas. O TPV também cedeu, com baixa de 23%, para R$ 587 milhões nos três primeiros meses de 2023.
Méliuz: mudança de estratégia
“Em contrapartida, tivemos sucesso em direcionar o fluxo das Lojas Americanas (AMER3) para outros parceiros dentro do ambiente Méliuz, mitigando os impactos da desaceleração nas vendas”, diz ainda a companhia.
O net take rate (que é a taxa líquida de serviço) da companhia ficou em 2,2%, 0,2 ponto porcentual acima da taxa da registrada um ano antes. O take rate ficou em 6%, queda de 0,3 p.p. O recuo reflete a mudança de estratégia da companhia em reduzir as campanhas com aumento de cashbacks que tinham menores margens, segundo o release de resultados.
O número total de contas totais da Méliuz subiu 23% na comparação anual, para 29,4 milhões.
As ações do Méliuz caíram 14,85% na bolsa de valores em abril, dando continuidade ao seu movimento de baixa que já perdura há algum tempo.
Não foram registradas notícias relevantes em abril que pudessem justificar esse desempenho ruim. A performance ruim de seus papéis acontece após a divulgação de resultados negativos da companhia durante os últimos trimestres. Nesta quarta a Méliuz subiu 2,32%, cotada a R$ 0,88. Nos últimos cinco dias os papéis subiram 7,32%.
Com Estadão Conteúdo