A Méliuz (CASH3), nesta quarta-feira (22), subiu 7,69% no Ibovespa, cotada a R$ 1,26.
Durante o dia, a fintech de criptomoedas Alter, adquirida pela Méliuz há mais de um ano, anunciou que vai descontinuar sua plataforma.
“A infraestrutura do Alter será encerrada totalmente em 6 de agosto de 2022 e os serviços serão encerrados. Por isso, não será possível manter seus bitcoins e reais em sua AlterConta”, diz nota no site da empresa de cripto.
Alexandre Achui, head da Mesa Private de ações e sócio da BRA, destaca que a fusão entre a Méliuz e Alter foi realizada em março, e o fim a operação não foi uma surpresa no mercado: “Mas, como a ação da Méliuz caiu mais de 38% neste mês, alguns investidores consideram que a queda para por aqui”, disse.
A notícia animou investidores pessoas física. O comunicado da Alter diz: “Os usuários da empresa de negociação de criptoativos encontram a possibilidade de abrir uma conta na Méliuz de forma gratuita e transferir os seus reais e bitcoins de forma rápida, fácil e segura. Quem era cliente Alter agora poderá criar uma conta no Méliuz e, desta maneira, ter à sua disposição alguns serviços, caso do cashback nas melhores lojas online, compra e venda de bitcoins a partir de R$ 1.”
Agora, a companhia poderá disponibilizar cashback em compras de criptoativos.
No ano, a a ação da Méliuz já desvalorizou 58,69%.
Outro fator importante para a alta foi a declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, que disse que será necessário elevar os juros para além do nível “neutro”. Mas ao Senado americano Powell reafirmou a percepção de que a economia americana está em condição saudável para lidar com o atual ciclo de aperto monetário.
Ou seja, com posicionamento mais otimista sobre o enfrentamento de um possível recessão, houve um “fôlego” para as ações atreladas ao setor de varejo e tecnologia, que costumam sofrer com altas dos juros.
Méliuz fecha parceria com fintech, de olho em criptomoedas
Em 20 de maio, a Méliuz (CASH3) fechou uma parceria com a Liqi, outra fintech de ativos digitais em blockchain.
O objetivo, segundo comunicado ao mercado arquivado pela Méliuz, é tornar a operação em criptomoedas da companhia ainda mais robusta. A transação envolve potencial aquisição minoritária da Liqi, condicionada à performance de alguns indicadores.
“Com o acordo, o Méliuz passa a ganhar em liquidez na transação com criptomoedas, já que passa a ter acesso à compra de bitcoins em uma nova exchange, aumentando a facilidade de comprar e vender a criptomoeda no mercado, além de ampliar o portfólio de serviços. Vai gerar ainda mais oportunidades de engajamento e de cross sell com sua base de mais de 23 milhões de contas cadastradas”, afirma a empresa.
Conforme o anúncio, utilizando tecnologia em blockchain combinada com a segurança digital, a Liqi transforma ativos e negócios em frações digitais, chamadas de Tokens, para que se tornem mais acessíveis, aumentando a liquidez para diferentes tipos de ativos.
A Liqi possui um ano de existência, já realizou o lançamento da corretora própria e recebeu um aporte de R$ 27,5 milhões, liderado pelo Kinea Investimentos, Corporate Venture Capital do Itaú Unibanco (ITUB4), e outros novos sócios da startup.
A Méliuz teve prejuízo líquido consolidado de R$ 6,5 milhões no primeiro trimestre de 2022. Com isso, reverteu o lucro de R$ 3,017 milhões registrado no mesmo período de 2021.