Méliuz (CASH3) estuda separação e IPO do banco digital Bankly
O conselho de administração do Méliuz (CASH3) aprovou o início de estudos para separar as operações da subsidiária Bankly. O fato relevante divulgado nesta segunda-feira (24) afirma que, dependendo do resultado, pode haver uma listagem de ações individual do banco digital na bolsa de valores.
De acordo com o documento, a separação do Bankly tem o objetivo de liberar o pleno potencial dos negócios em soluções de pagamentos. Além disso, o plano é permitir que as empresas operem de forma autônoma, com administração separada para garantir novas oportunidades de mercado.
“A transação permitirá a cada um dos negócios acesso direto ao mercado de capitais e a outras fontes de financiamento, possibilitando, desta forma, priorizar necessidades de investimentos e maximizar flexibilidade para transações estratégicas”, disse o Meliuz.
A decisão sobre a separação está condicionada ao resultado do estudo contratado. A empresa deve levar o relatório final para aprovação dos acionistas do Méliuz, credores e órgãos reguladores.
O banco de investimentos Lazard e o escritório de advocacia foram contratados para liderar a operação na área financeira e jurídica, informou o diretor de relações com investidores, Luciano Cardoso Valle.
IPO do Méliuz
O Meliuz chegou à bolsa de valores brasileira no final de 2020, com as ações precificadas em R$ 10 cada. Nesta oferta primária, a empresa de cashbacks levantou mais de R$ 427 milhões.
Em agosto do ano passado, o conselho da companhia aprovou o desmembramento de ações na proporção de uma para seis. Essa operação rendeu mais de R$ 600 milhões em investimentos.
A fintech conseguiu, então, comprar outros players do mercado financeiro para expandir suas operações em mais verticais. Picodi, Bankly, Promobit, Melhor Plano, Alter e Muambator são as marcas do grupo CASH3.
Prejuízo piorou e subiu 4 vezes mais no 2T22, para R$ 28,2 milhões
O Méliuz (CASH3) obteve prejuízo líquido de R$ 28,2 milhões no 2T22, um aumento de cerca de 320% contra o prejuízo de R$ 6,7 milhões em igual período do ano passado.
O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu o valor de R$ 52 milhões negativo no 2T22, contra R$ 17,1 milhões negativo no 1T22, aumento de 204%.
O resultado do 2T22 do Méliuz foi impactado principalmente pela:
- menor receita do business de Shopping, em função da sazonalidade do período e da desaceleração do e-commerce brasileiro no 2T22;
- consolidação dos resultados do Bankly (-R$ 6,1 milhões).
A receita líquida do Méliuz, por sua vez, atingiu R$ 79,1 milhões no 2T22, um aumento de 45% em relação ao mesmo período de 2021. Deste total, a receita líquida do Shopping Brasil somou R$ 55,7 milhões, um aumento de 59% em relação ao 2T21.
As despesas operacionais totalizaram R$ 120,2 milhões, aumento de 10% comparado ao igual período do ano anterior. Deste total, R$ 43,7 milhões vieram de despesas em cashback, que caíram 18% contra o 2T21, enquanto as despesas com serviços de terceiros subiram 206%, atingindo R$ 12,3 milhões.
“Esse aumento é explicado principalmente pelos custos do novo cartão Méliuz e com a nova conta digital”, disse o Méliuz.
O GMV (volume bruto de mercadorias) do Méliuz totalizou R$ 170 milhões, caindo em comparação aos R$ 239,1 milhões do 2T21, o que, segundo a companhia, foi afetado pelo forte impacto da variação cambial entre os períodos.
No mesmo período, o GMV no Shopping Brasil do Méliuz totalizou R$ 1,249 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão no Méliuz e R$ 46 milhões no Promobit. O valor registrado no Méliuz cresceu 38% contra o 2T21.
“O 2T22 foi um período desafiador para o setor de varejo devido à desaceleração do e-commerce brasileiro no período. Apesar do cenário adverso, conseguimos manter um crescimento operacional robusto e sustentável – bem acima da média do mercado – e com margens mais saudáveis”, explicou o Méliuz no relatório de divulgação de resultados do 2T22. A empresa de cashback encerrou o 2T22 com 25,2 milhões de contas totais, aumento de 34% em comparação ao 2T21.