Passados os meses de estresse no pico da crise causada pela pandemia, o Ibovespa, que chegou a ficar cotado a 63 mil pontos, reduziu as perdas em vista da menor aversão ao risco e das políticas expansionistas, que culminaram na busca por ativos de maior rentabilidade, como as ações.
Em setembro, no entanto, os mercados de capitais registraram um cenário arisco devido às preocupações com uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus no mundo, enquanto, no Brasil, predominaram as incertezas quanto à situação fiscal do País, que levaram as ações listadas no Ibovespa a anotarem o segundo mês consecutivo de queda.
Dessa forma, com o início de outubro, os investidores ainda devem continuar atentos ao desenrolar das políticas para controlar o cenário fiscal brasileiro, que lotaram os noticiários no mês anterior, e permanecer de olho na cena internacional, com as eleições presidenciais norte-americanas no radar.
Nesse sentido, para começar o mês com o pé direito, o fundador da SUNO Research, Tiago Reis, preparou uma lista com as melhores ações para ficar de olho em outubro, papéis que registraram quedas nos últimos dias e que se apresentam de forma atrativa. Desse modo, salientando que esta matéria não é uma recomendação de investimento, confira as três ações para não perder de vista neste mês:
Itaúsa
A Itaúsa (ITSA4) é uma das mais importantes holdings do Brasil, que controla grandes empresas como Itaú Unibanco (ITUB4), cuja posição é a mais elevada no portfólio da Itaúsa; Duratex (DTEX3); Alpargatas (ALPA4); e outras mais.
De acordo com Reis, o Itaú é um banco proativo em fazer aquisições de empresas, realizando várias compras acertadas ao longo do tempo, como o recente caso da XP Inc., ou ainda as aquisições do Porto Seguro e do Unibanco.
Dessa forma, o lucro por ação do banco registrou crescimento com o passar do tempo, embora nos últimos meses tenha ficado mais estável. Apesar disso, segundo o analista, o Itaú apresenta uma rentabilidade muito alta e mostra uma tendência de continuar a crescer.
“As ações da Itaúsa tendem a pagar dividendos muito interessantes. Nos próximos 12 meses, vai pagar um pouquinho menos, porque o lucro vai cair um pouco por conta da situação econômica, mais inadimplência“, afirmou Reis. “Também exige uma determinação do Banco Central de redução dos dividendos dos bancos. Isso deve acabar um algum momento, mas neste momento os bancos têm uma restrição para o que eles podem pagar de dividendos”.
“Então, as ações da Itaúsa devem pagar um dividendo menos nos próximos 12, 24 meses, mas, em seguida, deve vir bastante dividendos”, ponderou.
O Google, maior subsidiária da Alphabet (B3: GOGL34), é uma empresa de serviços online e de software dos Estados Unidos. A companhia realiza uma série de serviços através de seus braços, como o Google Maps, Gmail, Youtube, entre outros; e gera lucro principalmente através da publicidade.
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“O Google tem um posição competitiva muito forte. Eu não vejo competidores indo bater de frente com ele nas principais fontes de receita”, salientou o fundador da SUNO Research. “O Google está ficando cada vez melhor, a experiência do usuários cada vez melhor, e os outros ficaram pra trás.”
O analista ainda observa que o orçamento de marketing das companhias apresenta cada vez mais sinais de migração para o ambiente online. Em vista disso, o Google, como um dos maiores principais canais para investimentos em propaganda, deve ter mais empresas anunciando pela sua plataforma, o que deve garantir um crescimento da receita da gigante do Vale do Silício pelos próximos 5 a 10 anos.
“E você consegue comprar as ações do Google por mais ou menos 2o vezes o lucro ajustado para o mês que vem, o que acho muito interessante para uma empresa de crescimento”, acrescentou Reis.
A última ação para ficar de olho em outubro, segundo a visão do analista chefe da SUNO Research, Tiago Reis, é o Facebook (B3: FBOK34). O Facebook é mais um companhia norte-americana focado no segmento de redes sociais, cujo lucro advém principalmente, da mesma forma que o Google, da publicidade online.
Apesar da semelhança, a margem do Facebook é ainda maior que a do Google, afirmou Reis, que acredita em um crescimento do Facebook mais elevado do que o de seu rival. “O tempo que as pessoas passam nas redes do Facebook é muito grande. O número de anunciantes do Facebook ainda é muito menor do que no Google, então acho que tem um espaço muito grande para crescer a base de anunciantes”, destacou.
O ambiente de rede social, no entanto, está mais aberto para a chegada de novos competidores, como foi o exemplo da chegada do TikTok nos Estados Unidos, o que se deve acompanhar de perto, de acordo com o analista.
As ações do Facebook negociam entre 22, 23 vezes o lucro ajustado da companhia para o ano que vem. “É um case interessante para um empresa que tem um crescimento muito forte. É uma empresa que apresentou crescimento nos dois últimos trimestres. No meio de uma crise, apresentar crescimento é uma coisa que poucas empresas conseguem e o Facebook é uma dessas empresas”, ressaltou Reis.