Ministro do Meio Ambiente diz que Brasil permanecerá no Acordo de Paris

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou na última segunda (14) que o Brasil não deixará o Acordo de Paris. O presidente Jair Bolsonaro havia dito ainda durante campanha que poderia tirar o País do acordo caso fosse eleito.

Ricardo Salles mencionou que o Brasil pode se valer de recursos vindos em razão do Acordo de Paris. Disse também que o problema seria como implementar as metas de acordo com a legislação nacional. Ele destacou que não se pode “restringir o empreendedorismo”.

“Por ora, vamos manter a participação”, declarou o ministro. “Há pontos importantes, que podem trazer recursos para o país. O acordo está feito. É um guarda-chuva com metas de redução de emissão para o Brasil e outros países. O problema é como internaliza na legislação diária, de forma que não restrinja o empreendedorismo. Vamos olhar com cuidado”.

A declaração de Salles foi feita num encontro com empresários do setor de construção no Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi). Ele afirmou que Bolsonaro concordou com a manutenção no acordo e que em todo governo há opiniões divergentes. Mas disse que o mais importante seria as ideias sejam discutidas e que posições sejam construídas.

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No ano passado, Bolsonaro havia dito que era desfavorável ao acordo porque o Brasil pagaria um “preço caro” para atender as exigências do tratado. O que está em jogo é a soberania nacional, porque são 136 milhões de hectares que perdemos ingerência sobre eles. Eu saio do Acordo de Paris se isso continuar sendo objeto. Se nossa parte for para entregar 136 milhões de hectares da Amazônia, estou fora, sim”, declarou à época.

O Acordo do Clima de Paris

O Acordo de Paris foi firmado por 197 países durante a 21ª Convenção das Partes sobre Mudança do Clima, a COP21. Seu objetivo é  buscar manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2ºC e, para isso, cada país se comprometeu com algumas metas. O acordo entrou em vigor em novembro de 2016 e, desde então, 180 países ratificaram o tratado. A contribuição prometida pelo Brasil é considerada uma das mais ambiciosas. O País prometeu implementar ações a fim de reduzir emissões de gases de efeito estufa em 43% em relação ao nível registrado em 2005. O prazo para essa meta é 2030.

 

 

Guilherme Caetano

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