Médicos da capital paulista avaliam possibilidade de greve nesta semana

Médicos do município de São Paulo estudam fazer uma paralisação caso não recebam uma resposta da Secretaria Municipal de Saúde sobre as demandas feitas por melhores condições de trabalho, maiores contratações e pagamento de horas extras.

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Segundo o Sindicato de Médicos de São Paulo (Simesp), os médicos que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) do município devem se reunir nesta quinta-feira (13) para discutir a possibilidade do grupo de greve.

Em nota, o grupo afirmou que pede a contratação imediata de equipes adicionais para o atendimento de pessoas com sintomas respiratórios em tendas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), bem como reposição urgente dos insumos básicos “cada vez mais escassos”, tais quais medicamentos e equipamentos de proteção individual.

Após as festas de fim de ano, o Estado e a capital registraram aumento não só dos casos de covid-19, mas também de gripe, causados pelo vírus influenza H3N2.

Outro ponto destacado pelos médicos, é a reposição salarial, de acordo com a inflação, e o pagamento de horas-extras para os que trabalharam durante os fins de semana e feriados.

Segundo o presidente do Simesp e médico anestesista, Victor Vilela Dourado, contribuem para a estafa e sobrecarga dos profissionais de saúde a demanda represada de pacientes crônicos, como os que fazem tratamento de hipertesão e diabetes, bem como nova onda “avassaladora” de quadros respiratórios.

“Nunca houve um crescimento tão grande de pacientes em tão pouco tempo”, disse ao Suno Notícias, citando a possibilidade de colapso do atendimento e irresponsabilidade do poder público.

Na última sexta-feira (7), o Simesp enviou ofício ao secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, solicitando as melhorias. Segundo o sindicato, os profissionais tentam diálogo com a prefeitura da capital paulista desde o dia 24 de dezembro, mas não obtiveram resposta.

Ao Suno Notícias, a Secretaria Municipal de Saúde informou que deve se reunir com a classe nesta semana para as conversar sobre as demandas.

Médicos questionam ‘sobrecarga de trabalho’

Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), consultados neste domingo, o Estado de São Paulo registra um aumento de 164,9% de novos casos de contaminação pelo novo coronavírus e de 28,9% em mortes pela covid-19 na comparação semanal – sete últimos dias contra os sete anteriores.

As internações também cresceram 41,5% entre semanas. No Estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 33,7% e, dos leitos de enfermaria, de 34,6%.

Na capital paulista, a situação é semelhante. A variação semanal aponta alta de 113,5% no número de casos e de 120,8% no número de óbitos pela doença.

Novas internações avançam 24,4% na Grande São Paulo, com ocupação de 41,1% dos leitos de UTI e 44,5% dos leitos de enfermaria.

Segundo o Simesp, o aumento do número de pacientes com sintomas respiratórios, gripais e de covid-19, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de São Paulo agravou ainda mais a sobrecarga de trabalho dos médicos, algo que ocorre “desde antes da pandemia”.

“Apesar do aumento exponencial do número de atendimentos, nunca foi oferecido por parte da prefeitura ou das Organizações Sociais de Saúde (OSS) parceiras a contratação de profissionais extras, deixando médicos de todos os setores sobrecarregados e deixando a população sem possibilidade de receber o atendimento adequado”, afirma.

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Pedro Caramuru

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