O mercado de capitais do Brasil registrou a captação líquida de R$ 450,7 bilhões em 2019, valor que é um recorde no segmento.
O valor representa alta de 62% em relação ao ano anterior. As informações foram divulgadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última quinta-feira (30), órgão ligado do Ministério da Economia.
Segundo o comunicado, o mercado de dívida, ambiente onde se emitem e são negociados os instrumentos de dívida levantados por companhias foi responsável por 63% do total de captações em 2019, cerca de R$ 286,6 bilhões. Essa categoria engloba:
- debêntures
- certificados de recebíveis imobiliários (CRI)
- certificados de recebíveis do agronegócio (CRA)
- notas promissórias
Destaque para as emissões de debêntures, que somaram R$ 185,8 bilhões.
O boletim informa também que no ano passado as ofertas de ações, sejam por meio de IPOs ou ofertas subsequentes de ações (follow-ons) também cresceram, atingindo R$ 90,1 bilhões captados junto ao público investidor. O número de participantes regulados somou 54.458, crescimento de 6,8% em relação ao final do ano anterior.
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O estoque total de valores mobiliários sob a regulação da CVM terminou 2019 estimado em aproximadamente R$ 35 trilhões, mostrando uma alta de 85% em relação ao final de 2018.
“O maior colaborador para o crescimento do número de regulados foi o registro de novos agentes autônomos de investimento, totalizando 10.798 agentes registrados, aumento de 38,8% em relação ao final de 2018”, disse o chefe da Assessoria de Análise Econômica e de Gestão de Riscos da CVM, Bruno Luna.
O assessor também destacou o número de plataformas de crowdfunding (financiamento coletivo) que, até o final do ano passado, atingiu 26 plataformas reguladas, contra 14 autorizadas um ano antes.
Luna analisou que 2019 foi fortemente influenciado pela queda da taxa básica de juros (Selic) do Brasil. Atualmente a Selic está em 4,50%, a sua mínima da série histórica.
Ele entende que a manutenção dessa tendência pode atrair investidores, fazendo com que o mercado privado possa competir em condições mais favoráveis e reduzir o custo do financiamento corporativo.
“O crescimento recorde observado nas captações via emissão de títulos de dívida e o aumento no número de investidores é um efeito direto disso”, disse reforçando as razões pelo crescimento do mercado de capitais.