A previdência privada surgiu como uma alternativa para complementar a aposentadoria fornecida pelo sistema público, oferecendo ao investidor a possibilidade de construir um patrimônio de longo prazo. Nesse contexto, a renda variável desempenha um papel crucial, permitindo a potencialização dos rendimentos através da diversificação e do aproveitamento das oscilações do mercado.
Nos últimos anos, observou-se um aumento significativo dos recursos alocados em fundos multimercados previdenciários, que combinam diferentes tipos de investimentos, incluindo a renda variável. Esta estratégia de diversificação pode mitigar riscos e, ao mesmo tempo, beneficiar o investidor com retornos mais atraentes, especialmente em um cenário de queda dos juros, onde as tradicionais aplicações de renda fixa oferecem retornos mais modestos.
Estratégias de investimento para previdência
A inclusão de ativos de renda variável na carteira de previdência privada deve ser feita com estratégia e visão de longo prazo. A seleção de ações de empresas com fundamentos sólidos ou de boas pagadoras de dividendos pode proporcionar uma fonte de renda adicional e mais consistência nos rendimentos.
Neste sentido, é fundamental realizar uma análise criteriosa dos ativos, considerando o horizonte de tempo do investidor e seus objetivos financeiros. A diversificação não se limita apenas à escolha entre renda fixa e variável, mas também dentro da própria renda variável, selecionando ativos de diferentes setores e com diferentes perfis de risco/retorno.
Na opinião do analista de investimentos da Suno Asset, Leonardo Santamaria, a tendência é que com a queda da taxa Selic (taxa básica de juros, atualmente em 11,25% ao ano), é esperado que o investimento em renda variável cresça. E é aí que entra o fundo de previdência privada, com foco em ações.
“O Suno Prev é um fundo de previdência mais voltado para renda variável. Foi constituído como um fundo multimercado, mas ele investe 70% do patrimônio em ações no Brasil, que é o que a regulação permite. Além disso, ele tem mais 15% em ações fora do Brasil, com os 15% restantes em renda fixa”, completou.
Cotação SNFF11
Os benefícios dos fundos multimercados na previdência privada
Os fundos multimercados representam uma excelente opção para investidores que buscam diversificar suas carteiras na previdência privada sem necessariamente ter que escolher individualmente cada ativo. Estes fundos investem em uma variedade de ativos, incluindo ações, títulos de renda fixa e moedas, sob a gestão de profissionais experientes.
A vantagem dos fundos multimercados reside na sua capacidade de adaptar-se rapidamente à diferentes cenários econômicos, aproveitando oportunidades de mercado para maximizar os retornos enquanto gerenciam o risco. Além disso, são uma forma de acessar estratégias de investimento mais complexas, que seriam difíceis de replicar individualmente.
Comparativo: previdência privada vs outros investimentos
Ao comparar a previdência privada com outras opções de investimento, como o Tesouro Direto e CDBs, é importante considerar fatores como taxas de administração, custos operacionais e regime tributário. As taxas de administração podem variar significativamente entre os diferentes planos de previdência e instituições, impactando diretamente a rentabilidade dos investimentos.
A escolha entre VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), assim como a opção pelo regime tributário progressivo ou regressivo, pode influenciar significativamente os benefícios fiscais e, por consequência, a rentabilidade líquida do investimento. Portanto, é essencial uma análise detalhada desses aspectos ao planejar a previdência privada, considerando o perfil e os objetivos do investidor.
A previdência complementar, especialmente quando aliada a uma estratégia bem elaborada de investimento em renda variável, oferece um caminho viável para a construção de um futuro financeiro mais robusto e seguro. A chave está na diversificação, na seleção cuidadosa de ativos e na compreensão de como diferentes investimentos podem se complementar dentro de uma estratégia de previdência privada, sempre tendo em vista o longo prazo e os objetivos de vida do investidor.
Como funciona?
A previdência privada é uma alternativa de investimento de longo prazo, focada no complemento da aposentadoria pública, sem vínculo com o INSS e sob fiscalização da Susep. Este tipo de plano financeiro se baseia em contribuições periódicas do investidor, aplicadas principalmente em títulos de renda fixa pelo gestor do plano, permitindo o resgate do montante investido mais rendimentos no vencimento ou antes, em casos específicos.
Com a flexibilidade de escolha quanto ao valor e periodicidade das contribuições, os planos se adaptam às condições financeiras do investidor, com aportes iniciais que podem variar entre R$ 50 a R$ 100. A pandemia da Covid-19 evidenciou a importância dos investimentos de longo prazo, com a previdência privada sendo reconhecida como uma fonte de renda pós-trabalho por uma parcela da população.
Existem duas modalidades de previdência privada: a fechada, exclusiva para funcionários de certas empresas ou associados de entidades, e a aberta, disponível para qualquer pessoa através de instituições financeiras específicas. Ambas as modalidades são regulamentadas por órgãos distintos, com a previdência aberta sob a supervisão da Susep e a fechada pela Previc.
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