O Mater Dei (MATD3) comprou fatia de 99,6% do Santa Genoveva, o maior hospital de Uberlândia (MG). A transação foi divulgada pela companhia nesta segunda-feira (22), com o preço de R$ 309 milhões pela entrada no capital social da unidade de saúde.
Com a compra feita pelo Mater Dei, a rede de saúde leva também o Centro de Tomografia Computadorizada Uberlândia e dívidas do Santa Genoveva, que somam um montante de cerca de R$ 57 milhões.
Há um um múltiplo de R$ 1,5 milhão por leito na transação com o hospital, valor que deve ser deduzido do endividamento. Já as Receitas Líquidas anualizadas dos ativos somam cerca de R$ 160 milhões.
“O HSG [Hospital Santa Genoveva] e o CDI [Centro de Tomografia Computadorizada Uberlândia] são contíguos e integrados, localizados em Uberlândia, cidade estratégica e com o 2º maior PIB de Minas Gerais. Por serem tradicionais e referência em qualidade assistencial, atraem pacientes de todo o Triângulo Mineiro, região com mais de 1,5 milhão habitantes e 650 mil beneficiários, em ampla expansão”, diz o fato relevante do Mater Dei, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O HSG foi fundado em 1975, e é um hospital de “alta complexidade”, com mais de 50 especialidades. Atualmente, a estrutura conta com 204 leitos, sendo 156 (cento e cinquenta e seis) operacionais, além de áreas para expansões adicionais.
Já o CDI foi fundado em 1978, com especialidade de diagnóstico por imagem. A aquisição conjunta, segundo o Mater Dei, se dá porque as duas unidades “estão em um mesmo complexo hospitalar e permitem a integração de fluxos e a otimização operacional, proporcionando melhor experiência ao paciente”.
A compra do Santa Genoveva é a terceira grande aquisição da companhia desde a sua oferta pública inicial de ações (IPO), feita em abril deste ano. Uma das três, a do Hospital Porto Dias, foi feita graças à estreia na bolsa.
Levantando R$ 1,4 bilhão com o IPO, a empresa teve fôlego para desembolsar uma cifra de R$ 800 milhões pela unidade.
BTG acena positivamente para compra do Santa Genoveva pelo Mater Dei
Os analistas do BTG Pactual (BPAC11) reforçam recomendação de compra para os papéis da empresa “vendo positivamente o movimento de compra”. O preço alvo é de R$ 23, ante uma cotação atual de R$ 15,90 – fruto de 2% de alta no pregão desta segunda (22), que digere o anúncio da aquisição.
“Com receitas combinadas de R$ 160 milhões e 204 leitos (cerca de 10% do total de leitos do Mater Dei), o negócio foi precificado em 2x as receitas e R$ 1,5 milhão por leito, o que fica abaixo do múltiplo de negociação das ações. Nenhuma informação adicional foi divulgada, mas sinalizamos que nessas métricas a avaliação foi bem mais barata em relação aos negócios anteriores”, explica o relatório assinado por Samuel Alves, Pedro Lima e Yan Cesqui.
Segundo o o documento, a casa segue recomendando compra com base em “uma bela história de consolidação que se desenrola diante de nossos olhos” e ações a preços descontados em relação aos pares do setor, dados os múltiplos citados.
Além disso, o relatório do banco de investimento cita que a aquisição ajuda o Mater Dei a ganhar desempenho de mercado em território mineiro e na região de Uberlândia, onde a Unimed detém uma fatia de 29% ante 16% da NotreDame Intermédia (GNDI3).