A rede hoteleira Marriott International (NASDAQ: MAR) divulgou nesta segunda-feira (10) um prejuízo trimestral maior do que o esperado. Embora uma recuperação inicial na China tenha oferecido sinais de esperança para a empresa, a pandemia do coronavírus (covid-19) continua afetando duramente os hotéis.
A maior empresa hoteleira do mundo registrou prejuízo líquido de US$ 234 milhões (cerca de R$ 1,267 bilhões), ou US$ 0,72 por ação, no segundo trimestre de 2020, em comparação com um lucro líquido de US$ 232 milhões, ou U$ 0,69 por ação, no mesmo trimestre do ano passado. O Marriott indicou que as viagens, e o turismo em geral, permaneceram reduzidas durante o verão do hemisfério norte, uma época historicamente muito lucrativa para esse setor.
Em relação aos três meses encerrados em 30 de junho, as perdas ajustadas foram de U$ 0,64 por ação, maior do que os U$ 0,41 por ação que analistas consultados pela FactSet previram.
A indústria hoteleira está passando pelo seu pior período das últimas décadas, já que a pandemia levou a cortes mundiais nas viagens de negócios e cancelamentos de conferências. Embora as viagens de lazer durante o verão tenham mostrado alguma melhora nos EUA, alguns executivos de hotéis disseram que pode levar dois ou mais anos até que as viagens de negócios retornem aos níveis anteriores ao Covid-19.
O presidente-executivo, Arne Sorenson, classificou o segundo trimestre de 2020 como “o pior trimestre que já vimos, de longe”. No entanto, as ações da empresa subiram mais de 2% na manhã desta segunda-feira, com os investidores se concentrando em alguns dos pontos positivos, incluindo sinais de recuperação nas viagens chinesas e a perspectiva de que o pior momento para a empresa pode ter ficado para trás.
A taxa de ocupação dos quartos de hotéis na China nos três meses encerrados em 30 de junho atingiu 60%, em comparação com 70% no mesmo período do ano passado, disse Sorenson na segunda-feira. A região, que presenciou os primeiros surtos de coronavírus e se recuperou mais cedo do que outros lugares, inclui:
- China continental;
- Hong Kong;
- Macau;
- Taiwan;
“A recuperação das viagens na Grande China demonstra a resiliência da demanda, uma vez que há uma sensação de que o vírus está sob controle e as restrições podem ser retiradas com segurança”, disse Sorenson em uma teleconferência.
A recuperação da economia de consumo da China tornou-se um refúgio vital para muitas empresas dos EUA, ajudando-as a compensar os danos da queda nas vendas nos países que continuam sofrendo com a disseminação do vírus. Mas a região mais ampla da Ásia-Pacífico está se recuperando em um ritmo mais lento, já que os países estão em diferentes fases de reabertura e algumas fronteiras permanecem fechadas, disse Sorenson.
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Sorenson disse que 91% das 7.400 propriedades mundiais da Marriott foram reabertas, com todos os hotéis na Grande China em funcionamento desde o início de maio. Na América do Norte, 96% dos hotéis estão abertos, disse o executivo, acrescentando que espera que a demanda continue aumentando até o feriado estadunidense do Dia do Trabalho.