O jornal norte-americano “The Verge” divulgou nesta terça-feira (1) áudios vazados entre o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, e alguns funcionários da companhia.
Nas conversas divulgadas, Mark Zuckerberg falou sobre a possível eleição de Elizabeth Warren, que poderá ser a candidata democrata à Casa Branca no próximo ano. Além disso, o executivo demonstrou preocupação com a regulação de empresas do setor de tecnologia nos Estados Unidos.
Em uma parte do áudio, Zuckerberg disse que não comparecerá em novas audiências. O executivo mencionou o escândalo envolvendo a rede social norte-americana e a Cambridge Analytica e ressaltou que, neste caso, compareceu ao julgamento.
“Eu não vou ir a cada uma das audiências ao redor do mundo. Um monte de gente quer fazer isso. Quando os problemas relativos à Cambridge Analytica surgiram no ano passado, eu fui a audiência nos EUA. Eu fui a audiências na União Europeia”, disse o executivo.
Os áudios foram obtidos em reuniões internas da empresa que ocorreram em julho deste ano. Por meio de sua conta no Facebook, Zuckerberg afirmou que as conversas faziam parte de uma sessão que deveria ser privada ao invés de pública.
Regulação das empresas de tecnologia
A regulamentação das empresas de tecnologia é uma das principais propostas da possível candidata democrata à Presidência dos EUA. Segundo Zuckerberg, caso Warren seja eleita, a rede social terá um grande desafio.
“Você tem alguém como Elizabeth Warren, que acha que a resposta correta é dividir as companhias. Se ela for eleita presidente, então eu aposto que nós teremos um desafio legal à frente, e eu aposto que nós venceremos o desafio legal”, afirmou o fundador da rede social.
O presidente do Facebook afirmou que dividir as companhias de tecnologia por acusações anti-truste não é uma forma de resolver o problema.
“Isso não faz a interferência em eleições menos provável. Isso faz com que isso seja ainda mais provável, porque as empresas não se coordenam e trabalham juntas”, disse o presidente.
Por meio de sua conta no Twitter, a atual senadora comentou os áudios vazados. Segundo ela, manter o sistema que permite com que empresas como o Facebook cometam práticas anticompetitivas representaria um cenário ruim.
“O que seria realmente ‘ruim’ é se nós não consertarmos o sistema corrupto que permite que empresas gigantes, como o Facebook, possam manter práticas anticompetitivas ilegais, pisar em direitos de privacidade dos consumidores e repetidamente faltarem com responsabilidade para proteger nossa democracia”, escreveu Warren.
What would really “suck” is if we don’t fix a corrupt system that lets giant companies like Facebook engage in illegal anticompetitive practices, stomp on consumer privacy rights, and repeatedly fumble their responsibility to protect our democracy. https://t.co/rI0v55KKAi
— Elizabeth Warren (@ewarren) October 1, 2019
Concorrência a rede social chinesa TikTok
O presidente do Facebook comentou também sobre a concorrência com a rede social chinesa TikTok. O executivo afirmou que já está trabalhando em um novo aplicativo para concorrer com a empresa da China.
“Nós temos um produto chamado Lasso que é um aplicativo independente em que estamos trabalhando, tentando encaixar o produto em países como o México. Queremos ver primeiro se conseguimos fazer isso dar certo em países onde o TikTok não é tão grande antes de competir em países onde eles já são grandes”, disse Mark Zuckerberg.