Marisa (AMAR3) muda tudo no alto escalão para economizar R$ 50 milhões
A Marisa (AMAR3) fez uma reformulação geral no seu alto escalão em busca de uma economia anual de R$ 50 milhões. De acordo com informações publicadas nesta quarta (3), dentro deste movimento, estão presentes iniciativas como a extinção do cargo de vice-presidente da varejista de moda e mudanças em conselhos e comitês.
Em fato relevante publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa batizou essas mudanças como um “aprimoramento do modelo de gestão”.
“Sabemos que para avançarmos com o nosso turnaround e cumprir com o que é esperado pelos acionistas da companhia, temos que remodelar nossa cultura para sermos mais eficientes sem perder o acolhimento intrínseco à nossa marca, usando a tecnologia para simplificar e tornar nossos processos mais seguros. Para gerarmos resultados sustentáveis, temos que ter a coragem de abandonar modelos de gestão e governança tradicionais, frágeis e hierarquizados”, destacou João Pinheiro Nogueira Batista, diretor presidente e de relações com investidores da Lojas Marisa.
Na lista de mudanças no alto escalão da Marisa, estão as seguintes iniciativas:
- Redução dos custos anuais do Conselho de Administração;
- Fusão entre comitês de Estratégia e Finanças com o acompanhamento de turnaround — equipe será liderada por Luiz Paulo Rosemberg;
- Instalação de comitê focado no MBank, braço financeiro da Marisa;
- Separação das áreas Comercial e de Operações;
- Fusão da nova área Operacional com área de Tecnologia;
- Extinção do cargo de vice-presidente.
Com essas mudanças, o comitê de Auditoria, Riscos e Compliance segue coordenado por Sergio Moreno e o time de Pessoas e Sustentabilidade fica nas mãos de Marcio Goldfarb. A nova diretoria de Operações e Tecnologia será comandada por Alexandre Abreu de Andrade, na empresa desde julho de 2021.
Crise na Marisa
A Marisa apresentou um prejuízo líquido de R$ 188,6 milhões no quarto trimestre de 2022, um salto ante o prejuízo de R$ 24,5 milhões registrado no mesmo período de 2023 (alta de 669,8%). Atualmente, a empresa realiza uma reestruturação financeira e, de acordo com o mapeamento do Status Invest, as ações da Marisa desabaram 73,16% nos últimos doze meses.
De acordo com informações publicadas pelo Valor Econômico, a concorrente da Riachuelo (GUAR3), C&A (CEAB3) e Lojas Renner (LREN3) prevê fechar 92 das 334 unidades nos próximos meses.
A previsão é de que esse “enxugamento” da operação da Marisa promova uma geração de quase R$ 70 milhões no lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) anual e mais R$ 30 milhões em redução de despesas.