Marfrig (MRFG3) relata, nos EUA, participação de 27,8% na BRF (BRFS3)
A Marfrig Global Foods (MRFG3) relatou uma participação beneficiária de 27,8% na sua concorrente BRF (BRFS3). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (7) através de documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, com uma data de evento de 20 de maio de 2021.
Com a compra, a empresa de Marcos Molina passará a deter até 226.010.428 papéis da dona da Sadia. A aquisição pode consolidar a Marfrig como a maior acionista da BRF e também aproximá-la da cláusula de “poison pill” da companhia.
O estatuto social da BRF determina que qualquer acionista que se torne titular de 33,33% das ações da empresa terá de divulgar este fato e lançar, em até 30 dias contados a partir da aquisição mais recente, uma oferta pública de aquisição (OPA) para todos os demais acionistas. O preço da OPA embutiria um prêmio de 40% sobre a média de preço das ações da BRF nos 120 dias anteriores e também nos 30 dias anteriores.
Em comunicado, na semana passada, a BRF ressaltou que continua sendo uma empresa sem controlador definido, com ações dispersas no mercado.
Além da Marfrig, seus maiores acionistas são o Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, o JPMorgan, a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e a Kapitalo Investimentos.
A Marfrig começou a avançar no capital da BRF nas últimas semanas, inicialmente comprando uma fatia de 24,23% da empresa, dona das marcas Sadia e Perdigão. Uma parte dessas ações veio da Previ, que desmontou parte de sua posição na BRF, antes em 9%.
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O ousado aumento de participação acionária da Marfrig na BRF deixou o mercado na expectativa de uma possível fusão. A Marfrig, que hoje é menor do que a BRF, com aproximadamente R$ 12,7 bilhões de valor de mercado, decidiu elevar sua participação para cerca de 31% da companhia, que é avaliada em R$ 22,7 bilhões.
Na análise do mercado, essa movimentação nada mais é do que uma tentativa de chamar a atenção da dona da Sadia e Perdigão para retomar as conversas de uma combinação de negócios que foi iniciada lá atrás, em 2019, e acabou não indo para frente.
Os especialistas avaliam que a fusão seria a melhor operação entre as duas gigantes, já que a compra da BRF geraria uma alavancagem muito grande, em um setor que enfrenta alta volatilidade e margens muito estreitas, segundo o analista da XP Investimentos, Leonardo Alencar.
Com informações do Estadão Conteúdo