A Marfrig (MRFG3) anotou um prejuízo líquido de R$ 784 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), contra um lucro líquido de R$ 4,2 bilhões um ano antes (2T22).
Além disso, a companhia aumentou sua dívida em mais de R$ 2 bilhões ano a ano, passando de R$ 37,699 bilhões para R$ 39,779 bilhões (+5,5%). Na comparação trimestral, a dívida reduziu em 1,1% em relação ao primeiro trimestre de 2023 (1T23).
Os resultados foram divulgados pela companhia Marfrig (MRFG3) na segunda-feira (14), e outros números relevantes foram:
- Uma receita líquida de R$ 32,5 bilhões, +2,4% em relação ao trimestre, mas ainda em queda de -5,7% aos R$ 34,4 bilhões do período em 2022;
- A receita líquida das operações na América do Norte representaram 45% do total (R$ 14,5 bilhões), na América do Sul, 18% (R$ 5,7 bilhões) e a BRF (BRFS3), 37% (R$ 12,1 bilhões);
- O Ebitda consolidade despencou em 42,3%, de R$ 3,9 bilhões no segundo trimestre de 2022 para R$ 2,2 bilhões no 2T23;
- O Fluxo de Caixa Operacional Consolidado foi de R$ 2,4 bilhões.
Em volumes, as operações da Marfrig na América do Norte diminuíram em 6,4%, de 516 mil toneladas para 483 mil toneladas na comparação dos 2T22 e 2T23. No trimestre, 86% do volume foi vendido no mercado doméstico. Além disso, os produtos vendidos tiveram um aumento no custo, de 9,6% comparado ao 2T22. Isso explica-se pelo maior custo de matéria prima e compensado pela própria redução de 6,4% no volume total de vendas.
Na América do Sul, o volume apresentou uma redução similar, de -6,6%, indo de 357 mil toneladas para 333 mil toneladas em relação ao mesmo trimestre de 2022. O custo de produtos vendidos (CPV) foi de R$ 4,8 bilhões, uma redução de 21,2% em comparação ao mesmo período de 2022, explicado pelo menor custo do gado, principalmente no Brasil e pelo menor volume de vendas no período. O custo de matéria-prima representou 83% da composição total do CPV. Além do Brasil, as operações da Marfrig no Uruguai e Argentina também tiveram uma queda no preço da matéria-prima.
Emissão de ações bilionários da BRF (BRFS3)
Em seu relatório à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Marfrig ainda destacou o “aniversário” de um ano à frente do Conselho de Administração da BRF (BRFS3) e algumas das ações realizadas no período. Entre eles, a simplificação da estrutura corporativa e da implantação do programa BRF+, que visa obter capturas por meio da melhora dos indicadores como rendimento, conversão alimentar, execução comercial, mortalidade de animais, perdas com produtos vencidos ou descontos concedidos a itens próximos ao vencimento entre outros.
Além disso, a estrutura de capital recebeu um importante aporte, por meio do maior follow-on realizado na América Latina neste ano, englobando todos os setores da economia. A oferta pública primária, encerrada em julho, contemplou a emissão de 600 milhões de novas ações e resultou no aumento de
capital de R$ 5,4 bilhões para a companhia.
O maior destaque da operação foi a compra de 10,7% do capital social da BRF pela Salic (The Saudi Agricultural and Livestock Investment Company), um investidor estratégico, de longo prazo e proveniente de uma região igualmente importante para a BRF, o Oriente Médio.
Na segunda-feira de manhã, as ações da Marfrig (MRFG3) fecharam o mercado cotadas a R$ 7,72 com uma queda de 2,28% no dia.