Marcos Molina, dono da Marfrig (MRFG3), é acusado de insider, diz jornal

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo sancionador contra Marcos Molina, fundador e dono da Marfrig Global Foods (MRFG3), para apurar o uso de informação privilegiada na compra de ações do frigorífico antes da aquisição da National Beef, em 2018. A informação foi revelada pelo jornal Valor Econômico.

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De acordo com a reportagem, a conclusão da Superintendência de Processos Sancionadores (SPS) foi: Marcos Molina realizou insider trading enquanto presidente do conselho de administração da Marfrig e participava das negociações para a compra. As operações foram levadas a cabo pelo executivo e a esposa Márcia Marçal dos Santos.

Molina participou ativamente das tratativas, incluindo reuniões presenciais com os representantes da Leucadia — ex-dona da National Beef e atual Jefferies Group — entre 23 de junho de 2017 e 16 de março de 2018, mostrou documento obtido pelo Valor Econômico.

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“Essa posição de privilegiada assimetria informacional impõe aos administradores a vedação da negociação com ativos de emissão da companhia enquanto o desenvolvimento de negociação relevante não for adequadamente comunicado ao mercado”, diz o relatório assinado pelo superintendente da SPS, Guilherme Aguiar.

Segundo o documento da CVM, em cada uma das operações de compra perpetradas por ordem de Molina, “cada contraparte negociou em clara desvantagem com o presidente do conselho de administração e controlador da Marfrig, que detinha informações privilegiadas a respeito de uma negociação societária estratégica de grande impacto, que alterou positivamente os patamares de negociação dos papéis da empresa”.

Com a palavra, Marfrig

Em abril de 2018, o frigorífico anunciou a aquisição 5.448,40 ações, representativas de 51% do capital votante e total da National Beef. Desde então, a empresa americana representou grande parte da redução de alavancagem e trouxe grandes lucros para a Marfrig.

Mas de acordo com a empresa, o negócio não foi assim tão fácil. Procurada pelo SUNO Notícias, a Marfrig disse que, em um primeiro momento, a companhia propôs uma troca de ativos, opção rejeitada pela Leucadia em dezembro de 2017.

Nesse intervalo, a Leucadia teria feito contatos com outros interessados na compra da National Beef. “Não havia, no período apontado pela investigação da CVM, um diálogo constante entre a Marfrig e a Leucadia (atual Jefferies Group) que levasse à evolução das negociações entre as duas companhias”.

O argumento é: até a aprovação de um empréstimo-ponte pelo Rabobank NY, em março de 2018, o frigorífico brasileiro não via nenhuma chance de aquisição de participação da National Beef.

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A defesa de Marcos Molina reforçou: “a Acusação, deixando de analisar o contexto e a evolução dos contatos entre
Leucadia e Marfrig, assume o equivocado pressuposto de que, em 9 de novembro de 2017, já existiria ‘intenção concreta’ de adquirir participação acionária na National Beef: nada mais inverídico.”

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Arthur Guimarães

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