Marcelo Odebrecht foi demitido nesta sexta-feira (20) pela Odebrecht. O executivo é acionista com 2,79% do capital social e já foi presidente do gigante das construções.
Marcelo Odebrecht era funcionário CLT da empreiteira, com um salário de cerca de R$ 115 mil por mês. Além da remuneração, o executivo tinha a disposição toda uma estrutura financiada pela própria Odebrecht, como:
- secretária
- motorista
- segurança
- advogados
- assessoria de imprensa
A demissão de Marcelo teria sido uma ordem de seu próprio pai, Emílio.
Pai e filho acabaram envolvidos na Operação Lava-Jato, sendo que Marcelo acabou preso em 2015 e foi libertado em dezembro de 2017. A remuneração e os benefícios de Marcelo foram mantidos mesmo durante o período na prisão. Entretanto, durante esses últimos anos iniciou uma disputa entre os dois, que acabou se intensificando nos últimos dias.
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A briga redefiniu também o comando da Odebrecht. Na segunda-feira, o então presidente Luciano Guidolin, que liderou a empreiteira depois da prisão de Marcelo, foi substituído por Ruy Sampaio, membro do conselho de administração da empresa.
Por sua vez, Marcelo Odebrecht aceitou assinar uma delação premiada com a Justiça, na qual atacou seu pai, além de seu cunhado, Maurício Ferro, diretor jurídico do grupo, e outros executivos da empreiteira.
Plano de recuperação judicial da Odebrecht
No dia 10 de dezembro, a empreiteira informou que os credores do grupo adiaram a votação do novo plano de recuperação judicial para o dia 19 de dezembro.
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De acordo com um comunicado, a votação foi concluída com 20 das 21 subsidiárias a favor do adiamento. Os credores da Atvos Investimentos, uma das subsidiárias, ainda estão discutindo o assunto. Mesmo com o adiamento, a empreiteira prevê que a nova proposta seja aprovada neste ano.
O novo plano, cuja votação foi adiada, difere do anterior pois conta com valores e prazos de carência para o pagamento das dívidas aos credores. Os recursos utilizados para o pagamento dos credores serão oriundos de dividendos recebidos das empresas do grupo. Além disso, a venda de ativos da companhia, como a Braskem, será uma das fontes para realizar os pagamentos.
“A companhia defende um plano consolidado, que será mais favorável a todos os credores. A opção individualizada é negativa aos credores”, afirmou o advogado que representa a Odebrecht, Eduardo Munhoz.
A Odebrecht está enfrentando uma das maiores recuperações judiciais da história do Brasil, com uma dívida superior a R$ 98,5 bilhões. A empreiteira formalizou o pedido no dia 17 de junho no Tribunal de Justiça de São Paulo.
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A solicitação de recuperação judicial não incluiu a Braskem, a Ocyan, a empreiteira OEC, a Odebrecht Transport, o estaleiro Enseada e a Atvos.