Ao contrário do que acontece com a saída de empresas em outros setores, marcas de luxo estão deixando o Brasil sem muito alarde. De acordo com O Estado de S. Paulo, o setor encolheu 14,6% em 2016 e 8,5% em 2017 – movimento que continua a ocorrer.
A projeção é de que o número de marcas estrangeiras de luxo tenha diminuído cerca de 25% no Brasil nos últimos três anos, desde o auge da crise econômica. Mas não somente a recessão da economia interferiu na mudança de planos dessas marcas, algumas das quais há décadas instaladas no País.
Saiba mais: Calvin Klein fechará sua linha de coleções de luxo
“Além da carga tributária, que é um dos principais problemas do setor, o mercado brasileiro tem características muito próprias, com as quais eles não estão habituados, como as compras parceladas ou as diferenças regionais”, diz Claudio Diniz, autor do livro ‘O Mercado do Luxo No Brasil: Tendências e Oportunidades’, em entrevista ao jornal. “Vender luxo em São Paulo é completamente diferente de vender no Rio, em Brasília ou Curitiba”.
Saiba mais: Em recuperação judicial, Livraria Saraiva fecha mais três lojas
“No Brasil, com exceção de uma pequena parcela de consumidores argentinos e, mais recentemente, angolanos, as marcas de luxo vendem basicamente para brasileiros. Nós não somos o México, que vende muito para americanos, e muito menos como os europeus, que vendem para gente do mundo todo, em particular os chineses”, afirmou Diniz.
Saiba mais: Claro compra a Nextel Brasil por R$ 3,47 bilhões
Na lista de empresas de luxo que deixaram o Brasil nos últimos anos estão marcas como Lanvin, Kate Spade, Vacheron, Ralph Lauren, Versace, que fechou discretamente sua última loja (shopping Iguatemi, em São Paulo) no Brasil em dezembro, entre outras. A Richemont, dona de Cartier e Montblanc, anunciou na última semana que fechará quatro marcas no Brasil: IWC, Jaeger-LeCoultre, Panerai e Van Cleef.