Máquina de Vendas: dona da Ricardo Eletro pede recuperação judicial

A dona da Ricardo Eletro, a varejista Máquina de Vendas, pediu nessa sexta-feira (7) recuperação judicial na 1° Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo, devido aos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

As dívidas da Máquina de Vendas já somam R$ 4,01 bilhões e vale lembrar que a dona da Ricardo Eletro já havia pedido recuperação extrajudicial no começo do ano passado.

No documento de recuperação judicial, a empresa destacou que “em razão dos efeitos decorrentes da crise política/econômica que assolou o país entre os anos de 2014 e 2016, o Grupo sofreu forte queda de faturamento”.

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Além disso, o presidente da Ricardo Eletro, Pedro Bianchi, disse à revista ‘Exame’ que esperava ter um crédito maior da indústria durante a recuperação extrajudicial. Entretanto, ele reforçou que “a causa para a RJ [ recuperação judicial] é mesmo a pandemia“.

Bianchi explicou que antes da pandemia chegar as receitas da e custos da companhia estavam em equilíbrio. Entretanto, o documento apontou que “como fruto da sua reestruturação e da substituição de sua gestão, o Grupo Máquina de Vendas vinha em constante crescimento, com aumento de faturamento médio por loja em mais de 400% após a homologação do PRE (plano de recuperação extrajudicial), redução de gastos administrativos em mais de 50%, EBITDA gerencial positivo, melhoria de estoque para abastecimento de lojas e investimento em marketing”.

Ademais, a empresa destacou que seu esforço para transformação digital durante o período de pandemia não foi o bastante, já que a maioria dos produtos que comercializa não são essenciais. “De modo que os clientes certamente deram preferência à aquisição e consumo de alimentos, remédios e outros bens essenciais e a comercialização das mercadorias foi reduzida”, cita a companhia.

Frente a isso, a quinta maior varejista do Brasil está reforçando sua estrategia no modelo de vendas digitais através do aplicativo WhatsApp.

Segundo a diretora jurídica, Giovanna Michelleto, “Com esse modelo, conseguimos atingir muito mais as particularidades regionais”.

“Até então, em fevereiro, a companhia não tinha uma estrutura de canais digitais suficiente estruturada para viabilizar a manutenção das atividades apenas por este meio”, destaca o documento de recuperação judicial.

Ricardo Eletro fecha todas as lojas

Ainda pelos efeitos da pandemia, a Ricardo Eletro teve que fechar todas as suas lojas, num movimento que fez seu faturamento cair mais de 92%. Além disso, fechará todas as lojas de suas marcas e como consequência demitirá todos os vendedores.

“Estamos tomando uma decisão corajosa e histórica e vamos fechar todas as lojas físicas e fazer um novo modelo de negócios, vamos democratizar as vendas pela internet”, explicou Bianchi em um vídeo.

Além disso, o presidente da Ricardo Eletro disse que o salário da presidência foi diminuído em 50%, e estabeleceu um teto para o salário dos diretores. Com isso, a projeção é de que as despesas da companhia caiam 80%.

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Laura Moutinho

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