Mantega na Vale (VALE3): acionistas querem ex-ministro longe da presidência, diz coluna

Os principais acionistas da Vale (VALE3) costuram uma decisão pacífica para a questão envolvendo os cargos de chefia na mineradora. Segundo eles, o ex-ministro Guido Mantega pode até ser indicado ao conselho, mas não como presidente, segundo a coluna Radar Econômico, da revista Veja.

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De acordo com a publicação, a escolha do presidente da Vale seguirá a velha regra dentro da empresa, que é a de um consenso entre os principais acionistas. Indicado por um fundo de pensão de estatal, o ex-ministro não tem apoio de outras pessoas importantes dentro da mineradora, acrescenta a coluna.

No fim da semana passada, em comentário durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, defendeu as qualificações de Guido Mantega para comandar a Vale, dizendo que o ex-ministro da Fazenda é o “mais longevo” da história do Brasil e “alguém extremamente preparado”.

No entanto, Silveira não quis comentar sobre as movimentações do governo Lula (PT) para emplacar o nome do ex-ministro da Fazenda na mineradora, afirmando que só haverá posição quando for definido o processo de sucessão de Eduardo Bartolomeo na empresa, no fim de janeiro.

Aliados do presidente Lula articulam entre os acionistas da Vale a indicação de Mantega para a presidência da mineradora. Uma opção seria o ex-ministro ocupar antes um dos dois assentos que a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3) tem entre os 13 conselho de diretores.

Quem manda na Vale (VALE3)? Veja quem são os sócios com maior poder na mineradora

No momento atual, os rumos da Vale estão sendo amplamente discutidos, dado que o mandato do atual CEO da mineradora – Eduardo Bartolomeo – termina em maio, e até o fim de janeiro a mineradora precisará decidir se irá reconduzi-lo ou trocar o comando da companhia.

Nesse sentido, a discussão sobre o quadro de sócios da Vale volta à tona, dado que existe uma pressão governamental na empresa, apesar de ela ser privada desde meados de 1997.

O que chamou atenção nesse caso foi a pressão do Planalto para nomear Guido Mantega – um ex-ministro de governos petistas anteriores – para o Conselho de Administração da Vale ou até mesmo colocá-lo como novo CEO.

A pressão do governo, contudo, não se dá por meio de uma participação direta da União no quadro de acionistas, como ocorre na Petrobras (PETR4), que é estatal.

Isso acontece pelo fato de que o maior acionista individual da Vale é a Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3).

Atualmente o fundo tem cerca de 8,7% do capital social da companhia.

Cabe ressaltar que a Vale é uma corporation – um modelo de sociedade em que nenhuma acionista decide os rumos do negócio e o controle é diluído entre os acionistas.

Geralmente as companhias com essa estrutura possuem um free float (porcentagem de ações da companhia que estão em livre circulação no mercado) acima de 50%.

A Vale tem essa dinâmica, dado que quase 74% do seu capital social está classificado como “Outros acionistas”, que contempla o free float, que inclui os investidores pessoa física da Bolsa de valores.

Outros acionistas relevantes da Vale incluem a BlackRock – multinacional de investimentos dos Estados Unidos – e a Mitsui, um conglomerado japonês fundado no Séc. XVII com 139 escritórios em 66 países e que já se envolveu com outras gigantes brasileiras, como a Petrobras e a Braskem (BRKM5).

Veja quem são os maiores acionistas da Vale

  • Previ: 8,7% do capital social
  • Mitsui: 6,3%
  • BlackRock: 5,8%
  • Tesouraria: 5,3%
  • Outros (incluindo free float): 73,9%

Quando olhamos para o Conselho de Administração da Vale – órgão responsável pelas deliberações da companhia, incluindo a recondução do CEO – vemos 13 membros.

Dessas 13 cadeiras, uma é ocupada pelo atual presidente da Previ, João Luiz Fukunaga, ao passo que o ex-presidente da Previ, Daniel André Stieler, ocupa o posto de Presidente do Conselho de Administração da Vale.

A maioria do conselho é independente e não representa nenhum dos grandes acionistas – neste grupo, aliás, está Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo.

O conselho ainda conta com André Viana Madeira, que representa os funcionários da mineradora, Shunji Komai, da Mitsui, e Fernando Jorge Buso Gomes, que representa a Bradespar (BRAP4) – braço de participações do Bradesco (BBDC4) que tem participação na mineradora e está representando no rol de “Outros acionistas”.

Em termos de remuneração, o salário de um conselheiro da Vale é, na média, R$ 1,34 milhão ao ano.

Ou seja, integrar o Conselho da Vale dá direito a cerca de R$ 112 mil mensais.

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Desempenho das ações da Vale

Cotação VALE3

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Giovanni Porfírio Jacomino

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