Os seis maiores bancos do Brasil poderão injetar na economia cerca de R$ 500 bilhões em crédito em 2019. O aumento das carteiras de crédito de Itaú, Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem chegar a 20%.
A informação foi divulgada pela S&P Global Ratings nesta quinta (31). Trata-se de um relatório sobre perspectivas de crédito dos maiores bancos do País.
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A agência avalia que os bancos privados poderão registrar crescimento de até 25% nas carteiras de crédito. Os públicos, por sua vez, ficarão em torno de 15%. “Essas projeções pressupõem que essas instituições manteriam um “buffer” (colchão) de capital e liquidez superior aos requisitos mínimos regulatórios, de acordo com suas políticas de gerenciamento de risco”, diz o relatório.
Essa diferença se dá porque a S&P considera a possibilidade de os bancos públicos enfrentarem pressão para pagar essa dívida com o governo, em razão de restrições fiscais e administrativas do País. Os bancos estatais usam mais instrumentos híbridos em suas estruturas de capital na forma de títulos públicos perpétuos.
O documento tem caráter analítico e não constitui uma “ação de rating”. “Apesar das duras divisões políticas do país e dos grandes desafios que o governo de Jair Bolsonaro terá para converter a retórica de campanha em reformas reais – sobretudo o corte de gastos e a privatização de estatais”, a S&P tem uma visão positiva para a economia brasileira.
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Para a análise, a agência considerou um crescimento dos empréstimos de 8% a 10%. Existe “a expectativa de que os bancos ainda adotem uma abordagem conservadora em relação à subscrição de crédito, mas a originação de empréstimos aumentará devido à economia crescente”.
“Acreditamos que pagar a dívida integralmente levaria anos e provavelmente exigiria a venda de ativos [desses bancos públicos]. Se a estratégia dessas instituições é reduzir a dívida pública em seus balanços, o crescimento do crédito provavelmente também diminuiria para aliviar a pressão potencial sobre seus níveis de capital”, diz o relatório.
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