O IFIX, principal índice de fundos imobiliários da Bolsa de Valores brasileira (B3), terminou o mês de janeiro em baixa de 1,60%, sendo o terceiro mês seguido sem ganhos.
O índice de fundos imobiliários encerrou os meses de novembro e janeiro em queda, mas terminou o mês de dezembro no zero a zero.
A cotação do IFIX registrou sua máxima de janeiro no dia 2, aos 2.870,77 pontos, enquanto a mínima foi alcançada aos 2.807,57 pontos, no dia 30.
Um dos principais destaques do mercado financeiro foi o escândalo da Americanas (AMER3), que entrou em processo de recuperação judicial reportando uma dívida de R$ 43 bilhões.
O caso Americanas não repercutiu apenas no mercado acionário, mas também afetou alguns fundos imobiliários.
Isso porque a empresa varejista é inquilina ou mantém alguma relação com pelo menos oito FIIs. Na divulgação de sua lista credores, a Americanas inclui onze fundos imobiliários com valores a receber da lista:
FUNDO IMOBILIÁRIO | VALOR (EM R$) |
CSHG Logística (HGLG11) | 5.368.795,40 |
XP Log (XPLG11) | 849.445,05 |
RB Capital Petros | 777.968,83 |
Bresco Logística (BRCO11) | 667.816,66 |
FII Ancar IC e Brascan Shopping Centers Ltda. | 619.618,25 |
FII Max Reta | 514.179,37 |
FII Mais Shopping | 377.978,12 |
FII RB Capital Patrimonial V | 315.440,25 |
FII Casper | 17.997,94 |
Vida Nova (FIVN11) | 14.549,59 |
Max Retail (MAXR11) | 12.063,27 |
A Americanas iniciou seu processo de recuperação judicial. Nesse sentido, o maior receio por parte de alguns investidores não está necessariamente na dívida que a varejista tem com esses fundos, mas do risco de vacância em alguns imóveis e eventuais dificuldades da empresa em continuar pagando o aluguel de ativos dos FIIs mais expostos.
Apesar disso, os fundamentos dos fundos imobiliários não devem ser afetados pelo caso Americanas.
O caso pode afetar pontualmente alguns FIIs mais expostos a empresa, porém, na pior das hipóteses, esses fundos podem procurar por novos inquilinos e voltar a receber seus aluguéis normalmente.
Enquanto o caso Americanas, assim como acontecimentos particulares de alguns fundos, trouxeram performances negativas para uma parcela deles, outros fecharam o mês de janeiro no positivo. Veja quais foram as maiores altas do IFIX em janeiro.
Maiores altas do IFIX em janeiro
- BCRI11: +5,28%
- RZAK11: +5,26%
- BARI11: +5,18%
- MFII11: +5,01%
- TEPP11: +3,74%
BCRI11
Com o pagamento de R$ 14,55 por cota em dividendos nos últimos 12 meses, o fundo imobiliário BCRI11 gerou um retorno de 14,89% aos seus cotistas nesse período, segundo dados do portal Status Invest.
Apesar da alta de janeiro, esse fundo de papel está sendo negociado com um desconto de 3% na Bolsa de Valores brasileira (B3), considerando que seu preço sobre valor patrimonial (P/VP) é de 0,97.
RZAK11
Segundo dados da Economatica e divulgados pelo portal Infomoney, o RZAK11 foi o terceiro maior pagador de dividendos de janeiro entre os fundos imobiliários.
O fundo imobiliário RZAK11 gerou um retorno de 1,45% aos seus investidores no mês, com o pagamento de R$ 1,40 por cota em rendimentos.
BARI11
O fundo imobiliário BARI11 tem um dividend yield anualizado de 15,12%, com base na distribuição de R$ 13,60 por cota em dividendos somados nesse período.
Ele ficou na terceira colocação entre as maiores altas entre os fundos imobiliários, após registrar queda de 6,14% em dezembro, ensaiando breve recuperação.