Petz (PETZ3) dispara com fusão e CVC (CVCB3) recua 10% com avanço dos juros; confira as maiores altas e quedas do Ibovespa na semana
Mesmo encerrando a sua pior sequência de quedas desde agosto, o Ibovespa encerrou a semana no vermelho — recuo de 0,65%, aos 125.124 pontos. Com a guerra no Oriente Médio, preocupação com as contas públicas e uma tendência de juros mais altos sobre a mesa, a semana foi de maiores altas contidas (com exceção da Petz (PETZ3)) e quedas expressivas.
A varejista animal foi responsável pela maior notícia do universo corporativo dos últimos dias e a maior alta da semana. Nesta sexta-feira, a empresa anunciou um acordo não vinculante para uma fusão com a concorrente Cobasi que pode criar uma gigante com receita de R$ 7 bilhões. A combinação dos negócios será feita por meio de troca de ações, com os papéis da Petz avaliados em R$ 7,10, bem acima do fechamento do dia anterior (R$ 3,50).
Para ir para frente, a operação ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As sinergias entre as duas companhias ainda são incertas, mas os ativos PETZ3 chegaram a saltar mais de 40% após a notícia, mas terminaram a sessão em alta mais “moderada”, com um avanço de 37,14%, a R$ 4,80. Na semana, a alta foi de 31,15%.
Outros desempenhos de destaque ficaram por conta da Petrobras (PETR3), com alta de 6%; BRF (BRFS3), com avanço de 4,92%; CSN Mineração (CMIN3), que subiu 4,54%; e a Sabesp (SBSP4), que andou 4,50% nos últimos cinco pregões.
Na parte de baixo da tabela, o pior desempenho ficou por conta das ações da CVC (CVCB3). Os papéis são pressionados pelo avanço da curva de juros e as projeções cada vez mais conservadoras para a Selic no fim do ano. Juros mais altos tendem a encolher o consumo de itens não-essenciais — como pacotes de viagens.
A Azul (AZUL3) caiu 10,93%, enquanto Cogna (COGN3), Casas Bahia (BHIA3) e Vamos (VAMO3) recuaram 10,05%, 9,33% e 8,77%, respectivamente. Entenda mais sobre as maiores altas e maiores quedas do Ibovespa na semana.
Resumo do Ibovespa
Maiores altas
- Petrobras: A companhia avançou 6% na expectativa de que a estatal volte atrás na decisão de reter os seus dividendos extraordinários e distribua os R$ 43,9 bilhões. Além disso, confronto no Oriente Médio, com troca de ataques entre Israel e Irã, pressionam o preço do petróleo para cima.
- BRF: O frigorífico teve uma semana positiva aos olhos dos analistas de grandes bancos de investimento. Na segunda-feira, o JP Morgan elevou os papéis BRFS3 para compra. Já o Itaú BBA revisou o preço-alvo dos papéis de R$ 11 para R$ 19.
- CSN Mineração: Com o preço do minério de ferro em disparada, no maior nível em mais de um mês, a companhia pegou carona e fechou entre as maiores altas da semana.
- Sabesp: Os vereadores de São Paulo deram o primeiro sinal verde para que a companhia siga com o seu processo de privatização. Essa é apenas a primeira etapa, mas a aprovação municipal é municipal para que a aguardada oferta de ações de fato chegue a acontecer.
Maiores quedas
- Azul: A queda de mais de 10% no valor das ações é acompanhada de uma série de notícias negativas para a companhia. Primeiro, a pressão sobre o dólar e o petróleo podem tornar o combustível de aviação mais caro. A valorização da moeda americana também pressiona as dívidas da companhia. Por fim, notícias envolvendo uma potencial compra da rival Gol também pesaram sobre o papel.
- Vamos: a companhia elegeu José Cezário Menezes de Barros Sobrinho aos cargos de diretor administrativo financeiro (CFO) e diretor de relações com investidores da companhia
- Cogna e Casas Bahia: Sem noticiário relevante, as companhias foram pressionadas pela alta nos juros futuros. Uma Selic potencialmente mais alta ao fim de 2024 tende a estrangular o consumo e o avanço do Ibovespa.