A Usina nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia, foi bombardeada na madrugada de sábado (19) para domingo (20), segundo informações da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), das Organização das Nações Unidas.
A agência relatou ‘fortes explosões’ na usina nuclear, que não teve autoria do ataque confirmada. O exército da Rússia acusou a Ucrânia pelo bombardeio.
Em nota, o exército comandado por Vladimir Putin disse que forças ucranianas dispararam “20 projéteis de grande calibre” na usina nuclear.
Atualmente a área nuclear está sob controle russo, já que a nação liderara por Putin realiza ofensiva em território ucraniano desde meados de fevereiro, reivindicando mais anexações.
“As notícias de nossa equipe ontem e nesta manhã são extremamente perturbadoras”, disse o chefe da agência nuclear da ONU, Rafael Grossi, em um comunicado.
“Explosões ocorreram no local desta grande usina nuclear, o que é completamente inaceitável. Quem quer que esteja por trás disso deve parar imediatamente. Como eu já disse muitas vezes antes, vocês estão brincando com fogo!”, seguiu.
Moscou, que domina o território da usina, alegou que os níveis de radiação estão dentro da normalidade.
Atualmente, segundo informações da Reuters, a usina de Zaporíjia possui seis reatores VVER-1000 V-320 refrigerados a água. Os reatores foram projetados por soviéticos e contém urânio 235, que tem uma meia-vida de mais de 700 milhões de anos.
Os reatores estariam desligados, mas existe o risco de o combustível nuclear superaquecer se a energia que aciona os sistemas de resfriamento for cortada.
O Ministério da Defesa da Rússia também disse que a Ucrânia disparou projéteis contra as linhas de energia que abastecem a usina.
“Eles bombardearam não apenas ontem, mas também hoje, estão bombardeando agora”, disse Renat Karchaa, assessor do CEO da Rosenergoatom, à Reuters, citando que ataques no local representam ameaçar à segurança nuclear.
Usina nuclear já foi alvo de ataques antes
Desde o início da Guerra da Ucrânia, os exércitos de ambos os lados acusam um ao outro pela autoria de ataques.
As acusações vêm sempre com o alerta de que os ataques podem vir a causar um acidente nuclear, dado o tamanho da usina nuclear. A energia gerada pela usina é cerca de 20% do total consumido pela população ucraniana no período antes da guerra. A unidade funcionou com geradores reserva por diversas vezes, dado o cenário de conflito militar.
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