O presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, Marcelos Ramos (PR), afirmou que “hoje, o maior inimigo da reforma [da Previdência] é o próprio governo”.
Segundo o presidente da comissão especial, o governo não tem articulado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência de forma que beneficie sua aprovação no Congresso Nacional.
Ramos atribui a retirada dos pontos do texto da reforma previdenciária como um uma derrocada na tramitação da proposta. O presidente da comissão participou de evento da Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira (10).
Ainda de acordo com o deputado, mesmo que a reforma da Previdência seja aprovada em 2019, o ano já está perdido em termos de Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar da projeção pessimista, o político do PR destacou que sem a aprovação pelo Congresso Nacional das mudanças na aposentadoria, “o futuro é de caos absoluto”.
“Ela [reforma previdenciária] não vai resolver todos os nossos problemas. E no dia seguinte à aprovação, não vamos viver em um mundo de prosperidade”, afirmou.
Conforme Ramos, “O País está pedindo a brasileiros com alguma renda que façam sacrifício. Para que 12 milhões de brasileiros desempregados tenham chance de ter renda no futuro”. O presidente da comissão especial confirmou que o sacrifício maior será para aqueles que te maior renda.
O político também sugeriu que a PEC só chegará ao plenário quando houver 308 favoráveis. “Aí já não é mais tempo nosso da comissão, é o tempo da política. A comissão terá de coordenar trabalhos com a articulação do governo. A fim de garantir 308 votos para votar a matéria no plenário”, disse o deputado. No total, são 513 deputados na Casa.
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Tramitação da reforma da Previdência
Na última terça-feira (7), o deputado afirmou que não há como projetar quando o parecer será votado na Câmara. “Tudo depende do número de emendas que teremos. Uma coisa é analisar 10 emendas, outra é analisar 100”. A data foi marcada pela primeira reunião da comissão especial
Entretanto, em 30 de abril, o presidente da comissão afirmou que esperava que o parecer da reforma da Previdência fosse votado em junho. Isto, pois, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), desejava votar o texto em plenário em julho.
No mesmo dia, Ramos informou que seriam 11 sessões para discutir o texto na comissão especial. Na terça-feira, o relator Samuel Moreira (PSDB) disse que serão 10 audiências públicas para discutir o texto, e que o planejado é que o debate encerre-se em 29 de maio.
O relator não descartou a possibilidade de cinco sessões adicionais para alinhar o texto da reforma da Previdência antes da votação do parecer.