Maior fundo soberano do mundo ganha US$ 38 bi com alta das Bolsas
O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, obteve um ganho de US$ 38 bilhões (cerca de R$ 220 bilhões) em apenas três meses.
O resultado do fundo soberano norueguês foi possível graças as fortes altas nas Bolsas de Valores do mundo inteiro, onde estão 73,1% de seus investimentos.
O fundo detém cerca de 1,5% de todas as empresas listadas globalmente.
Os ativos sob gestão, que superam US$ 1,3 trilhão, registraram uma valorização de 6,6% nos primeiros três meses de 2021.
“O avanço dos mercados de ações foi amplamente estimulado pelos setores financeiro e de energia”, informou em comunicado o vice-presidente do fundo, Trond Grande.
No primeiro trimestre, os mercados de ações globais se beneficiaram das expectativas positivas geradas pelo avanço das campanhas de vacinação contra o novo coronavírus (covid-19).
O fundo obteve ainda ganhos de 1,4% nos investimentos imobiliários, que representam 2,5% dos seus ativos, enquanto as investimentos em títulos públicos (24,5% da carteira) sofreram uma perda de 3,2%.
No ano passado, o fundo teve um retorno de 10,9%, ou US$ 123 bilhões, o segundo melhor resultado em mais de 20 anos.
Entretanto, segundo o diretor-presidente (CEO) do fundo, Nicolai Tangen, estes resultados dificilmente serão replicados em curto prazo, pois os preços dos ativos no mundo inteiro se beneficiam de estímulos fiscais e monetários massivos que não vão durar para sempre.
Conheça o fundo soberano da Noruega
O fundo foi criado nos anos 1990 graças às receitas do petróleo extraído no Mar do Norte, e prosperou graças a uma gestão cuidadosa e bem sucedida.
Graças a esse resultado, o governo norueguês obteve cerca de US$ 10 bilhões dos cofres do fundo, utilizados para financiar programas sociais do país do norte da Europa, que tem 5,3 milhões de habitantes. Menos da metade do que a cidade de São Paulo.
No ano passado, o fundo soberano da Noruega informou que 15 ações seriam excluídas de seu portfólio por causa de uma seleção baseada em critérios éticos. O fundo retirou empresas acusadas de violações dos direitos humanos ou de provocar danos ambientais. Além disso, outras 32 empresas foram excluídas dos investimentos por causa de riscos ambientais, sociais e de governança.
O governo da Noruega está pressionado os gestores do fundo soberano para que eliminem de seu portfólio mais de duas mil empresas, para não ficar expostos a riscos climáticos ou sociais, especialmente em mercados emergentes.