O Brasil irá precisar muito de investimentos privados após a pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19) passar. A avaliação é do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) em live nesta quinta-feira (30), promovida pela FGV para discutir o marco legal do saneamento básico.
Segundo Rodrigo Maia, a necessidade de equilíbrio fiscal em meio a crise deve fazer com que a capacidade de investimentos do governo fique próximo a zero.
“O Brasil vai viver um momento muito difícil nos próximos meses e anos. O saldo da pandemia do ponto de vista do equilíbrio fiscal do governo não será uma questão simples e, tudo que pudermos fazer para melhorar o ambiente de negócios para o setor privado possa investir, vamos fazer”, afirmou o deputado.
Rodrigo Maia também defendeu a necessidade da manutenção do teto de gastos, que vem sofrendo críticas de economistas dado a limitação que causa na capacidade de o governo investir.
“O teto de gastos será muito pressionado e a capacidade de investimentos do governo será zero, mas acho que teremos que mostrar que o equilíbrio das contas é o que garante credibilidade para termos recursos”, disse Maia.
Veto de Bolsonaro em marco de saneamento deve cair, diz Maia
O presidente da Câmara afirmou também que o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no marco legal do saneamento básico deve ser derrubado pelo Congresso.
O presidente sancionou com vetos a 11 dispositivos, incluindo ao que permitia renovação de contratos de estatais por mais 30 anos. Para Maia, apesar de o mercado ter aprovado o veto, o presidente descumpriu acordo com os congressistas.
“O veto, do ponto de vista do mercado está correto, mas do ponto de vista de política mostra que o governo não cumpriu o acordo. Assim, acredito na derrubada do veto”, disse Maia.
Para o presidente da Câmara, o texto do marco legal do saneamento básico poderia ser melhor, mas ainda há resistências, principalmente em relação aos governadores.
“Não foi o texto ideal pois ainda temos parte dos governadores que acham que vão conseguir captar recursos sem entregar parte das empresas”, disse Maia.
“Acho que o texto podia ser melhor, mas antes tínhamos textos que não valiam muita coisa. Acho que o texto ficou dentro do possível e podemos ratificar a posição do Senado”, completou Rodrigo Maia.