Magda Chambriard foi o nome indicado pelo Ministério de Minas e Energia para assumir a presidência da Petrobras (PETR4). Nesta terça-feira (14), a petroleira estatal anunciou a saída do até então CEO, Jean Paul Prates.
Magda Chambriard tem anos de experiência na indústria de petróleo e gás.
Atuou como Diretora Geral da ANP, a agência nacional reguladora do setor de petróleo e gás, de 2012 a 2016, durante o governo Dilma Rousseff e ocupou vários outros cargos de liderança na agência desde 2002.
Chambriard tem familiaridade com a Petrobras, onde trabalhou de 1980 a 2002.
Currículo de Magda Chambriard
A executiva possui mestrado em Engenharia Química pela COPPE/UFRJ (1989) e graduação em Engenharia Civil pela UFRJ (1979). Além disso, especializou-se em engenharia de reservatórios e avaliação de formações, na hoje chamada Universidade Petrobras.
Na ANP, esteve em contato com diversas áreas, como auditoria, promoção de licitações, questões legais, suprimentos, distribuição de combustíveis e varejo, recursos humanos, relações governamentais e áreas de exploração e produção, entre outros segmentos.
Antes de ser cotada para comandar a Petrobras (PETR4), era diretora da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e era sócia-fundadora da Chambriard Consulting, especializada na área de óleo e gás. Procurada, Chambriard não respondeu.
Federação de petroleiros apoia indicação da Chambriard
Segundo coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacellar, em entrevista ao Broadcast, a entidade sindical apoia a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o comando da Petrobras.
Bacellar defende que a indicação de Magda, além de ter representatividade feminina, tem como prioridade resgatar as boas relações dos petroleiros com a direção da Petrobras, assim como aconteceu sob Jean Paul Prates.
A executiva teria uma leitura madura do mercado de óleo e gás e da soberania nacional que coaduna com a visão da FUP em vários pontos, de acordo com o sindicalista.
Prates é demitido da Petrobras (PETR4)
Segundo Fato Relevante, o ex-presidente da Petrobras enviou uma solicitação para que o Conselho de Administração da companhia se reúna e antecipe o encerramento antecipado de seu mandato no comando da estatal. Ele também deve renunciar à posição no Conselho.
A saída de Jean Paul Prates pode acontecer de duas maneiras, segundo a XP, sendo uma delas mais provável que a outra.
“De acordo com o estatuto da Petrobras, a nomeação de um novo CEO não pode ser feita diretamente pelo acionista majoritário [Governo Federal]”, explicam os especialistas Regis Cardoso e Helena Kelm, da XP.
Em vez disso, a nomeação deve ser solicitada e aprovada pelo conselho de administração (CA) e o novo CEO da Petrobras precisa primeiro ser eleito como membro do CA da empresa.
O nome deve ser aprovado pelo Comitê de Pessoas do CA, seguindo regras de elegibilidade, antes de ser submetido a uma votação pelo CA.
“O caminho mais rápido para a nomeação é a renúncia de um dos membros do conselho atual, para que o novo nomeado possa ser designado como substituto no CA e subsequentemente eleito CEO – o que acreditamos que acontecerá neste caso”, dizem os especialistas da XP.
Uma outra opção seria a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para nomear novos membros do conselho.
“Esse processo levaria substancialmente mais tempo, e também implicaria uma nova votação para os membros do conselho nomeados pelos acionistas minoritários por meio do sistema de voto múltiplo. Acreditamos que o último processo não será necessário dada a renúncia de Prates,” diz a research.
Nos próximos passos, o Conselho da Petrobras deverá validar a saída de Prates e começar os procedimentos de análise de compliance e integridade relacionadas à indicação de Magda Chambriard.
A matéria contém informações de Estadão Conteúdo.